A Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgaram dados do Valor Bruto da Produção, VBP maio/2020, que permite analisar o faturamento bruto das lavouras cafeeiras brasileiras.

As informações apontam que a receita bruta total dos Cafés do Brasil, com base em pesquisa realizada tendo como referência os preços médios recebidos pelos produtores de janeiro a maio de 2020, foi estimada em R$ 28,07 bilhões, sendo R$ 23,22 bilhões para os cafés da espécie arábica, montante que corresponde a 83% do total calculado, e R$ 4,85 bilhões para canéfora, cifra que equivale a 17% desse mesmo total.

Com base nos dados dessa pesquisa, se for estabelecido um ranking do faturamento bruto estimado para as cinco regiões geográficas brasileiras que produzem café, considerando as duas espécies (arábica e canéfora), em ordem decrescente, constata-se que a Região Sudeste está em primeiro lugar, com R$ 25,17 bilhões, cujo montante equivale a 89% do faturamento total, seguida pela Região Nordeste, que teve sua estimativa calculada em R$ 1,26 bilhão, a qual corresponde a 4,5%.

A Região Norte, ficou em terceiro lugar, com a receita bruta estimada em R$ 878,31 milhões, que corresponde a 3,13%. Na sequência a Região Sul, com R$ 512,60 milhões de potencial arrecadação com a atividade cafeeira, o que equivale a 1,83%. Por fim, em quinto, encontra-se a Região Centro-Oeste que tem o faturamento bruto da lavoura cafeeira estimado em R$ 237,47 milhões, montante que corresponde a 0,85% do total estimado para todas as lavouras dos Cafés do Brasil.

O café arábica teve receita total estimada de R$ 23,21 bilhões, com a seguinte performance: as Regiões Sudeste e Nordeste ficam em primeiro e segundo lugares, respectivamente, com faturamentos estimados em R$ 21,81 bilhões, que corresponde a 93,9%, e R$ 681,69 milhões, que equivalem a 2,94%, do total da espécie.

Na sequência, a terceira colocada é a Região Sul, com R$ 512,60 milhões (2,21%), seguida pela Região Centro-Oeste, com R$ 195,04 milhões (0,84%). Por fim, a Região Norte, em quinto lugar, com R$ 16,71 milhões, o que equivale a 0,07 % do faturamento total dos cafés arábicas.

Em relação ao canéfora, para 2020, sua receita bruta é estimada em R$ 4,85 bilhões. Na primeira posição destaca-se a Região Sudeste, com R$ 3,36 bilhões, receita que corresponde a 69,3%, seguida pela Região Norte com R$ 861,59 milhões (17,8%). Em terceira posição vem a Região Nordeste, com R$ 584 milhões (12%), e, por última, em quarto lugar, a Região Centro-Oeste, com R$ 42,42 milhões, os quais equivalem a 0,9%.

Vale destacar que, como o VBP dos Cafés do Brasil da safra de 2019 foi calculado em R$ 20,50 bilhões, incluindo as duas espécies de café e tendo em vista que o da safra de 2020, objeto desta análise, está estimado em R$ 28,07 bilhões, constata-se que haverá uma expressiva variação percentual positiva de 36,9% no faturamento bruto total das lavouras de café, caso tais números se confirmem nas próximas pesquisas no decorrer deste ano.

Sendo assim, o VBP da lavoura de café arábica deverá ter um crescimento de aproximadamente 48%, se comparado o faturamento de 2019 (R$ 15,67 bilhões) com o estimado para 2020 (R$ 23,21 bilhões). O aumento do valor é por conta da bienalidade dessa espécie de café, que alterna produção maior em um ano com safra menor no ano seguinte. Com relação ao canéfora, a variação percentual será bastante modesta, de apenas 0,6%, haja vista que o VBP da safra de 2019 foi calculado em R$ 4,82 bilhões e o de 2020 está estimado em R$ 4,85 bilhões.

A análise completa está disponível no site da Embrapa. Clique aqui.

As informações são da Embrapa Café (por Lucas Tadeu).

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