O agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, afirmou, em entrevista à Reuters, que alguns cafezais em Minas Gerais apontaram floradas pontuais e o tempo seco prolongado pode atrapalhar o pegamento das flores, fenômeno fundamental para a próxima safra.

Em Varginha, no Sul de Minas, maior região produtora do Brasil, o déficit hídrico registrado foi de cerca de 100 milímetros no início de setembro, um alerta para as expectativas sobre a próxima safra de café arábica, segundo dados da fundação de pesquisa, instituída por cooperativas e associações.

“Acima de cem milímetros seria o máximo que o café aguentaria, sendo que as lavouras mais novas não aguentam esse déficit sem registrar prejuízos”, afirmou o agrônomo. Matiello explica que com o tempo seco, a planta vai desfolhando, jogando folhas no chão, e quando vem a florada, ela não segura (no ramo), pois a reserva hídrica do pé de café fica basicamente na folha.

Até o dia 19 de setembro, as regiões produtoras do sul e sudoeste de Minas Gerais deverão receber pouco mais de 30 mm de precipitações, mas a umidade só deve aparecer a partir da segunda quinzena do mês, o que deve deixa as plantas estressadas até lá, segundo os dados meteorológicos do terminal Eikon, da Refinitiv. Áreas do Triângulo Mineiro, contudo, terão apenas 3 mm no mesmo período, situação não muito diferente da região central do estado.

De acordo com Matiello, quando as folhas caem em janeiro e fevereiro, meses chuvosos, não chega a ser um problema para o pé de café, mas quando isso acontece em meses de seca, como agora, deixa a planta ainda mais debilitada, o que pode afetar a safra seguinte.

As informações são da Reuters.

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