O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, analisou, em coletiva de imprensa em Patrocínio (MG), os dados prévios apresentados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em seu levantamento e relatou sobre as medidas e ações buscadas e desenvolvidas para apoiar os cafeicultores atingidos pelas geadas de julho.

Diante do levantamento prévio apresentado, cerca de 52.834 mil hectares foram atingidos pelo frio intenso do mês de julho, destes, 24 mil correspondem à área de Patrocínio (MG) e 8 mil à área de Serra do Salitre, sendo os dois municípios mais prejudicados. Estes dados referem-se à extensão das áreas, não havendo classificação quanto ao nível de dano.

“Estamos passando um momento difícil, nos solidarizamos com os cafeicultores e quero dizer que estamos de mãos dadas diante de um prejuízo tão expressivo. O que o produtor atingido pela geada precisa neste momento é fazer um laudo dos danos causados, porque as medidas serão tomadas caso a caso. Estamos participando de reuniões deliberativas junto ao CNC (Conselho Nacional do Café) e junto ao CDPC (Conselho Deliberativo de Política do Café) buscando soluções, por isso, é importante que o produtor se cerque de informações técnicas por meio deste laudo para que possa se beneficiar dos recursos que estão sendo liberados pelo governo federal”, relatou Francisco à imprensa.

Ações e medidas adotadas

O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado destacou que, desde a primeira semana da ocorrência da geada, foi montado um grupo de trabalho composto por empresas e instituições parceiras, bem como especialistas para realizar um levantamento da área atingida por imagens de satélite e de campo para avaliar a dimensão do impacto causado em toda a Região do Cerrado Mineiro. Esses danos serão classificados por níveis, norteando o embasamento para formulação de políticas públicas e apoio necessários aos cafeicultores.

“Este levantamento está previsto para ser finalizado ainda no mês de agosto. O prejuízo visível é de mais de 52 mil hectares, no entanto, ao avaliar de forma mais minuciosa, como estamos fazendo, este número pode ser maior que isto. Realmente a geada nos pegou de surpresa. A última geada vista, nestas proporções, foi em 1994 e, agora, precisamos nos unir para superar este momento”, ressalta Francisco, que também é cafeicultor e foi atingido pela geada.

Além deste levantamento, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado tem participado de reuniões com o poder público, como EMATER, e alinhado com as cooperativas e associações filiadas, um levantamento sobre os danos sofridos por seus cooperados e associados.

Demandas levadas ao governo

De acordo com Assis, a demanda prioritária levada ao governo é crédito, por isso, alinhado ao grupo de trabalho composto pelas cooperativas da Região do Cerrado Mineiro e Emater, foi solicitada a ampliação do acesso ao crédito aos produtores atingidos pela geada, considerando que há produtores que não mantêm operações com agentes financeiros. Também foram apresentadas propostas para liberação da linha de crédito para recuperação das lavouras, com carência mínima de três anos e mais sete anos para pagamento; liberação de crédito para atividades de retorno rápido para os anos de 2021 e 2022, devido à possibilidade de não haver mudas para o plantio na próxima safra; prorrogação de contratos bancários para custeio, estocagem, investimento, entre outros; gratuidade para emissão dos Laudos da Emater para agricultor familiar, que possuem DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF), entre outros.

As informações são da Federação do Cerrado Mineiro.

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