Por Gabriela Kaneto

Nesta semana, a região do Sul de Minas foi castigada por chuvas de granizo que deixaram estragos em diversas lavouras de café. Uma das propriedades atingidas foi a Fazenda Brejinho, localizada no município de Três Corações (MG), que registrou grandes volumes de chuva de pedra em seus 140 hectares na segunda (3) e na terça-feira (4).


Fotos: Aldo Reis

“A lavoura ficou bem danificada. Os cafés que estavam bonitos foram bastante atingidos, cortando ponteiros, rasgando as folhas e jogando chumbinhos e flores no chão. As lavouras esqueletadas machucaram um pouco menos, mas também estragou os ponteiros. Foi uma chuva bem forte”, relata Aldo Reis, filho da produtora Orestina Reis. 

Ele explica que a plantação de cafeeiros das variedades mundo novo, acaiá, catuaí, catucaí e arara já vinha de uma temporada difícil, com perda de produtividade por conta das mudanças climáticas. Muitos pés, recepados recentemente, teriam a primeira e a segunda produção no ano que vem, mas a situação foi agravada com as precipitações dos últimos dias.


Fotos: Aldo Reis

“Temos que mostrar os danos que o clima vem causando. Desde o ano passado, tivemos uma geada muito forte, uma seca que causou perdas muito grandes. Agora, já estávamos com déficit hídrico atrapalhando a produção do ano que vem. Quando vê vem uma chuva de granizo na região inteira do Sul de Minas. Está preocupante isso”, alerta.

Recomendações da Emater-MG

Em uma situação como essa, é necessário ter cautela para evitar qualquer atitude precipitada. “As plantas deverão apresentar lesões causadas pelas pedras e que são porta de entrada para doenças fúngicas e bacterianas. Recomendamos que procurem a assistência técnica para orientação da melhor forma de minimizar o problema. Não se precipitem em fazer podas, às vezes desnecessárias, ou usar produtos ‘milagrosos’. Não façam nada sem um acompanhamento técnico”, alerta o coordenador técnico de Culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina.

Outra recomendação feita pela Emater-MG é para os produtores que têm contrato de crédito rural junto às instituições financeiras, renovadas a partir de 1º de julho deste ano (safra 2022/2023). “Essas operações, principalmente aquelas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), são cobertas pelo seguro do Proagro e Proagro Mais. O produtor tem um prazo de até três dias após o ocorrido para comunicar as perdas ao agente financeiro, que vai indicar qual profissional fará a vistoria da área afetada”, explica o coordenador estadual de Crédito Rural da Emater-MG, Willem de Araújo.

Segundo o coordenador, o registro dos estragos feito por fotos também é importante para incluir no laudo técnico. “O produtor deve tirar fotos das lavouras e também das instalações de criações de animais que foram afetadas. Ele deve ter em mãos as notas fiscais de compra de insumos e documentos de análise de solo para que possa solicitar o prêmio do seguro”, comenta. Confira mais indicações da Emater-MG aqui.

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