No dia 28 de abril, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em Assembleia Geral Ordinária (AGO), aberta pelo presidente Nicolas Rueda, teve as contas de 2021, que passaram por auditoria no primeiro trimestre deste ano, aprovadas, unanimemente, por seus conselheiros e associados.

Foram enaltecidas as ações que a entidade realizou e as que estão planejadas para execução, durante esta gestão, referentes a relações institucionais, representação política e promoção da imagem dos cafés do Brasil.

Entre os destaques apontados, consta a Plataforma Cecafé-Serasa Experian, lançada em agosto do ano passado, com o objetivo de trazer proteções adicionais aos contratos futuros e a termo de café, como forma de instrumento de mercado de longo prazo, que agrega liquidez, previsibilidade, sustentabilidade e mitigação de riscos à cafeicultura.

“Essa ferramenta acompanha a evolução do mercado cafeeiro, fortalecido com novas tecnologias e suas evoluções, e permitiu que vendedores e compradores ajustassem as negociações, mitigando riscos e irregularidades por meio da renegociação de contratos que estavam inadimplentes”, explica Marcos Matos, diretor geral do Conselho.

No cenário internacional, foram apresentados os riscos, mas também as possibilidades das propostas, em tramitação no Parlamento Europeu, como as relacionadas a desmatamento e responsabilidade corporativa, além de outros projetos específicos em algumas nações europeias.

“Ciente dessas ameaças, o Cecafé tem se reunido com dezenas de entidades do agro brasileiro e defende que o mundo reencontre o caminho do multilateralismo e que novas barreiras ao comércio não sejam criadas em benefício, especialmente, dos países mais desenvolvidos e em prejuízo líquido às nações em desenvolvimento”, destaca Matos.

Ele cita, ainda, a recente visita da diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, que, em visita à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), na sede do Instituto Pensar Agro (IPA), em Brasília (DF), afirmou que o Brasil tem papel fundamental no mercado global de alimentos e que o mundo não sobrevive sem a agricultura do país.

“A senhora Ngozi Okonjo-Iweala está alinhada com o que o Cecafé e as demais entidades da agropecuária brasileira, organizadas no IPA, pensam a respeito de planejar o futuro e reforçou o potencial produtivo e sustentável do agro nacional. Ela entende que a OMC é o fórum para o debate desta nova regulamentação da União Europeia e está animada com o que o Brasil tem a dizer sobre a área ambiental e as tecnologias produtivas com potencial de descarbonização”, revela.

Carbono 

Em linha com a promoção sustentável da cafeicultura brasileira, conselheiros e associados também enalteceram os resultados do Projeto Carbono do Cecafé, que comprovou, cientificamente, que a atividade é carbono negativo, principalmente quando se adotam boas práticas no cultivo.

Segundo a gestora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Conselho, Silvia Pizzol, o cultivo convencional do cafeeiro retira da atmosfera, anualmente, 1,63 tonelada de CO2 por hectare, considerando apenas o sequestro de carbono na biomassa vegetal. Já quando se agregam práticas descarbonizantes na atividade, o índice sobe para 10,5 t/ha ao ano.

“Esses resultados, já públicos no Brasil, estão sendo apresentados internacionalmente pelo Cecafé e vêm ao encontro da sinalização mais verde da economia mundial, podendo abrir portas ao Brasil para acessar créditos voltados a atividades que respeitam critérios ESG, além de atenderem à crescente demanda de indústrias e consumidores por produtos sustentáveis”, pontua Silvia.

O diretor geral do Cecafé destaca, ainda, que, além do Projeto Carbono, os trabalhos da entidade voltados a questões como Limite Máximo de Resíduos (LMR) para café verde e rastreabilidade total foram vistos como cruciais por conselheiros e associados e terão continuidade.

Origem OIC 

Durante o encontro, também foi parabenizada a iniciativa do Cecafé para a otimização do processo de emissão de certificados de origem da Organização Internacional do Café (OIC), obrigatórios para todas as exportações do produto.

Conforme o diretor técnico do Conselho, Eduardo Heron, o atual processo, ainda manual e com muitos procedimentos sem integração de sistemas, gera um excesso de trâmites e eleva custos ao exportador e para as agências certificadoras.

“O novo formato, estruturado pela área técnica do Cecafé e aprovado pela OIC, envolve assinatura digital e, entre outros benefícios, tornará o processo mais célere e permitirá redução de burocracias, dos custos operacionais e reduzirá virtuais erros, dando dinamismo e modernidade ao processo”, elucida.

Dando sequência à implementação do Planejamento Estratégico, foi aprovada, na AGO de ontem, a implantação do Comitê de Ética do Cecafé, que será composto pelo presidente do Conselho e por um representante da diretoria executiva; das empresas nacionais; das empresas globais; das cooperativas; e das entidades associadas, como os Centros de Comércio do Café.

“Esse colegiado analisará ações e comportamentos que possam não estar em harmonia com o Código de Ética e Conduta do Setor Exportador e que sejam considerados riscos. Nesse sentido, serão avaliadas situações para garantir que crença, princípios e propósito do Cecafé perdurem e, aqueles que descumprirem os acordos, estarão sujeitos a medidas ou sanções”, conclui Matos.

O presidente de Conselho do Cecafé, Nicolas Rueda, completa agradecendo Carlos Santana (empresa global), Flávia Barbosa (empresa nacional), Lucio Dias (cooperativa) e Marcio Candido (entidade), que tiveram seus nomes aprovados para compor o Comitê de Ética e aceitaram, voluntariamente, o convite para formar o colegiado a seu lado e do diretor geral do Cecafé.

“Agradeço a todos esses associados que comporão nosso primeiro Comitê de Ética, que, mesmo diante de agendas lotadas, dedicarão seu tempo para participar desse fórum, o qual era uma necessidade ao nosso Cecafé. Tínhamos essa tarefa e pudemos executá-la graças a essa disponibilidade deles”, reconhece.

A AGO do Cecafé também aprovou os trabalhos da assessoria jurídica, marítima e portuária contratada pela entidade, que tem contribuído para reduzir os custos abusivos e indevidos impostos por agências de navegação aos exportadores brasileiros, e os trabalhos de comunicação e promoção da imagem dos cafés do Brasil, os quais contribuem para uma maior assiduidade do Conselho na imprensa e nos principais fóruns e eventos globais do setor.

“A aprovação de nossos conselheiros e associados das contas e de todas as atividades executadas, em execução ou a executar por parte do Cecafé evidenciam que estamos alinhados à realidade dos novos paradigmas do mercado global como um todo, em especial o cafeeiro, e nos motivam a seguir envidando esforços em prol da cafeicultura brasileira, principalmente para o benefício de nossos exportadores associados”, enaltece Rueda.

Ele finaliza salientando as incessáveis atividades realizadas pelo Cecafé, que terão continuidade, pois o cenário permanece desafiador. “Isso é possível, primeiro, porque temos um time executivo, que faz as coisas acontecerem. Segundo, porque temos uma participação muito ativa de todos os conselheiros em nossos comitês, o que permite a evolução positiva do setor exportador e dos cafés do Brasil como um todo”, conclui.

As informações são da Comunicação Cecafé.

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