Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 91 – n° 16
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Santos, sexta-feira, 19 de abril de 2024

Os contratos de arábica na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres, trabalharam em forte alta pela quarta semana seguida.

As cotações do café em Nova Iorque e Londres vêm subindo forte semana após semana, em resposta aos fundamentos positivos e à intensificação da rolagem para julho dos contratos com vencimento em maio próximo na ICE americana, que terminará na próxima segunda-feira.

Não apareceram fatos novos, as razões das altas explosivas continuam as mesmas:  rolagem para julho dos contratos com vencimento em maio próximo, em um cenário onde os fundamentos do mercado de café são positivos; estoques baixos tanto nos países produtores como nos países consumidores, com seguidos problemas climáticos em todo o mundo, que devem continuar se sucedendo; aumento do consumo mundial, com um crescimento mais robusto na Ásia, onde a China começa a se destacar, aumentando ano após ano suas importações de café. Na semana passada, o presidente da NCA, a Associação Nacional de Café dos EUA, maior consumidor de café do mundo, divulgou, em comunicado à imprensa, que o atual consumo diário de café nos EUA é o maior em 20 anos. O consumo de café no Brasil, segundo maior consumidor de café do mundo, continua positivo. O consumo de café solúvel no Brasil alcançou 5.235 toneladas no primeiro trimestre de 2024, crescendo 5,3% na comparação com as 4.970 toneladas consumidas de janeiro ao fim de março do ano passado.

Uma pesquisa recente realizada pela Circana apontou crescimento expressivo no consumo de café em 12 importantes polos consumidores. De acordo com a análise, o consumo global da bebida registrou alta de 5% no último ano, superando, inclusive, os 3% registrados nos Estados Unidos – principal parceiro comercial do Brasil. “Esta tendência de crescimento foi observada em 11 dos 12 países analisados, com a China a emergir como pioneira, registrando a maior taxa de crescimento do consumo de café”, afirma a publicação (fonte: site Notícias Agrícolas).

A produção de café canéfora na Ásia está em colapso. As condições climáticas dificultam o trabalho no campo e o mercado já até precificou, atingindo níveis recordes de preços nas últimas semanas. O Vietnã, que já teve a produção passada castigada, literalmente pega fogo e, aguardando as chuvas que não devem chegar, não consegue vislumbrar um futuro mais promissor. Segundo dados recentes publicados pelo portal Nongnghiep, imprensa local do Vietnã, as principais áreas de produção têm condições críticas nas lavouras de café. Nas imagens publicadas nesta sexta-feira (17), é possível observar o parque cafeeiro duramente afetado e queimado pelas intensas temperaturas. Vale ressaltar que o café do Vietnã tem como característica “aguentar” máximas tão elevadas, mas desde que se tenha o mínimo de água, o que não vem acontecendo há algum tempo (fonte: site Notícias Agrícolas).

Todo esse cenário é agravado por problemas logísticos, acentuados pelos ataques terroristas no Canal de Suez, e pelos ataques do Irã contra Israel, e de Israel contra o Irã.

Hoje, na ICE Futures US, os contratos de arábica para maio próximo bateram em US$ 2,4770 por libra peso na máxima do dia, oscilaram 955 pontos entre a máxima e a mínima, e fecharam o pregão a US$ 2,4140 por libra peso, em alta de 155 pontos. Ontem caíram 810 pontos e anteontem subiram 1.120 pontos. Na terça-feira, tiveram alta de 590 pontos, e, na segunda, apresentaram ganhos de 690 pontos. Esses contratos somaram alta de 1.675 pontos nesta semana. Subiram 1.215 pontos na semana passada e 2.365 pontos na semana anterior à passada.

Os contratos de arábica para julho próximo bateram hoje em US$ 2,3890 por libra peso na máxima do dia, oscilaram 1.010 pontos entre a máxima e a mínima, e fecharam o dia a US$ 2,3185 por libra peso, em alta de 75 pontos. Ontem recuaram 925 pontos e, anteontem, subiram 1.195 pontos. Na terça-feira apresentaram ganhos de 155 pontos e, na segunda, tiveram alta de 640 pontos. Somaram alta de 1.140 pontos nesta semana. Na semana passada subiram 945 pontos e, na anterior, 2.295 pontos.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de canéfora para maio fecharam hoje valendo US$ 4.083, em alta de 2 dólares. Ontem caíram 153 dólares e, anteontem, subiram 229 dólares. Na terça-feira, a alta foi de 31 dólares, e na segunda, de 74 dólares. A alta nesta semana foi de 183 dólares por tonelada. Subiram 156 dólares na semana passada e, na anterior à passada, somaram alta de 265 dólares.

Os contratos de canéfora para julho próximo fecharam valendo US$ 4.080 por tonelada, em alta de 18 dólares. Ontem caíram 133 dólares. Esses contratos somaram alta de 228 dólares nesta semana.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram, hoje, 7.980 sacas e estão em 643.090 sacas. Há um ano eram de 700.048 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram, neste período, 56.958 sacas. Nesta semana subiram 3.440 sacas e, na semana passada, 26.188 sacas. No mês de março somaram alta de 234.662 sacas. Subiram 103.777 sacas no mês de fevereiro. No mês de janeiro caíram 1.395 sacas.

O dólar caiu hoje 0,95% frente ao real e fechou a R$ 5,2000. Ontem subiu 0,13%. Fechou a sexta-feira passada valendo R$ 5,1220.

Em reais por saca, os contratos para maio próximo em Nova Iorque fecharam, hoje, valendo R$ 1.660,48. Ontem fecharam a R$ 1.665,69.

Terminaram a sexta-feira passada a R$ 1.522,09. Na sexta-feira anterior à passada fecharam a R$ 1.423,75.

No mercado físico brasileiro, os compradores subiram as bases de preços ao longo da semana, acompanhando as altas em Nova Iorque e Londres e no dólar frente ao real. O volume de vendas no decorrer da semana foi bom. Nestes primeiros meses de 2024 esse volume vem crescendo, mas sempre com negociações difíceis, atrapalhadas pelo sobe e desce das cotações nas bolsas e pelas incertezas climáticas, que preocupam e trazem muita insegurança aos cafeicultores.

Até dia 19, os embarques de abril estavam em 1.611.811 sacas de café arábica, 383.614 sacas de café canéfora, mais 148.230 sacas de café solúvel, totalizando 2.143.654 sacas embarcadas, contra 2.355.732 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 19, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 3.028.562 sacas, contra 2.694.594 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 12, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 19, subiu, nos contratos para entrega em julho próximo, 1.140 pontos ou US$ 15,08 (R$ 78,42) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam, no dia 12, a R$ 1.493,63 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 19, a R$ 1.594,79. Hoje, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 75 pontos. No mercado firme de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1360/1400,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1360/1400,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 1320/1360,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 1270/1300,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 1200/1230,00 – RIADOS.
R$ 1200/1230,00 – RIO.
R$ 1180/1220,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 1180/1220,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,2000 PARA COMPRA.

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