Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 89 – n° 46
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Santos, sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Apesar dos três anos seguidos de problemas climáticos enfrentados pelo Brasil e demais países produtores de café, que derrubou a produção mundial de café e praticamente liquidou os estoques de segurança, situação que não parece estar terminando, como mostram a atenção e participação das lideranças das principais economias do mundo na COP 27, que terminou hoje no Egito, especuladores e fundos continuam derrubando as cotações do café nas bolsas de futuro.

As cotações vêm sendo pressionadas, de um lado, pelo bom volume para um ano de quebra de safra, das exportações de café do Brasil nestes primeiros meses do ano-safra 2022/23 e pelas chuvas que continuam caindo em volume satisfatório sobre os cafezais brasileiros, e, do outro lado, pela alta forte da inflação e dos juros nos países do hemisfério norte, grandes consumidores de café.

As chuvas têm levado alguns operadores no mercado de café, que desconhecem as condições reais do parque cafeeiro brasileiro, a projetarem uma grande safra de café no Brasil em 2023. O Rabobank, por exemplo, divulgou, sem mostrar qual foi sua metodologia de cálculo, que a safra brasileira de café deve chegar a 68,5 milhões de sacas em 2023.

Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, informou hoje, em entrevista ao site “Notícias Agrícolas”, que nas áreas de produção em que a Cooxupé atua, no centro da principal região produtora de arábica do Brasil, o tamanho da próxima safra 2023 de café arábica será mais uma vez frustrante. Disse que é cedo para falar em números, mas que o volume da produção 2023, na área de atuação da cooperativa, será de tamanho semelhante ao das safras 2021 e 2022.

Os contratos de café em Nova Iorque fecharam em queda hoje. Os para março próximo bateram em US$ 1,6050 na máxima do dia e fecharam em queda de 125 pontos a US$ 1,5510 por libra peso. Ontem, esses contratos caíram 205 pontos. Fecharam em baixa todos os dias desta semana, acumulando queda de 1.300 pontos. Encerraram a sexta-feira passada a US$ 1,6810 por libra peso, somando perdas de 565 pontos na semana passada.

A “Green Coffee Association” informou esta semana que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.320.157 em 31 de outubro de 2022, uma baixa de 58.321 sacas em relação às 6.378.478 sacas existentes em de setembro de 2022.

Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram, hoje, 17.078 sacas. Encerraram esta sexta-feira em 485.369 sacas. Há um ano, eram de 1.793.578 sacas, caindo, neste período, 1.308.209 sacas.

De acordo com informações do site internacional Barchart, mais de 456 mil sacas de café estão pendentes de avaliação pela ICE Futures Exchange, acima das 150 mil sacas há duas semanas. “Isso está alimentando especulações de que são sacos de cafés velhos retirados dos estoques da ICE para reclassificação e recertificação antes de entrar novamente nos armazéns da ICE como novos estoques de café”, afirmou a publicação (fonte: site “Notícias Agrícolas”).

O dólar trabalhou hoje em queda. Terminou o dia em baixa de 0,48%, a RS$ 5,3750. Ontem, fechou em alta de 0,37%, a R$ 5,4010. Na sexta-feira passada, a moeda americana recuou 1,19% e fechou a semana a R$ 5,3330. Na semana anterior, o dólar acumulou alta de 5,45% frente a nossa moeda.

Em reais por saca, os contratos de café para março próximo na ICE em Nova Iorque fecharam o pregão, hoje, valendo R$ 1.075,75. Ontem, fecharam a R$ 1.117,03. Na sexta-feira passada, encerraram a semana a R$ 1.185,86.

O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo, paralisado, por toda a semana. Os compradores repassam para as ofertas as quedas em Nova Iorque, travando o mercado físico brasileiro. Nas bases de preços oferecidas, não aparecem vendedores. Foram poucos os negócios fechados no decorrer da semana. Os cafeicultores vendem o mínimo possível para fazer frente aos compromissos mais próximos.

Até dia 18, os embarques de novembro estavam em 1.222.721 sacas de café arábica, 20.220 sacas de café conilon, mais 32.606 sacas de café solúvel, totalizando 1.275.547 sacas embarcadas, contra 1.172.309 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 18, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 1801.120 sacas, contra 1.801.711 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 11, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 18, caiu, nos contratos para entrega em dezembro próximo, 1.300 pontos ou US$ 17,19 (R$ 92,43) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam, no dia 11, a R$ 1.199,97 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 18, a R$ 1.1102,77. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 125 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1050/1100,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1000/1050,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 930/980,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 900/920,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 850/900,00 – RIADOS.
R$ 850/900,00 – RIO.
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,3750 PARA COMPRA.

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