A crise desencadeada pela pandemia da covid-19 motivou a demissão de milhares de trabalhadores de setores do comércio, indústria e serviços. No agronegócio mineiro, o movimento de busca por trabalhadores é inverso. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg), a colheita do café, iniciada nas últimas semanas, emprega milhares de pessoas e, neste ano, terá importância socioeconômica ainda maior para o País.

“Além de absorver mão de obra e gerar renda direta e indiretamente, a atividade aquece também outros setores da economia nos municípios produtores. Em Minas, maior produtor de café do Brasil, mais de 600 dos 853 municípios têm a cafeicultura como principal atividade econômica”, lembra o vice-presidente do Sistema Faemg e presidente das comissões Estadual e Nacional de Cafeicultura, Breno Mesquita.

O estado responde por metade da produção brasileira e cerca de 20% do total mundial. A cadeia produtiva do café em Minas gera milhões de empregos, desde a produção de insumos até o preparo para consumo. As lavouras de café contribuem com geração de divisas, renda e qualidade de vida para as pessoas envolvidas.

O Sistema Faemg listou a importância econômica do café para Minas Gerais

• Minas deve responder, em 2020, por 52% da produção nacional

• Cerca de 4 milhões de empregos são gerados em toda a cadeia produtiva do grão

• Entre 30 e 32 milhões de sacas – é a estimativa de colheita para este ano

• Incremento de até 30,7% em relação à temporada anterior, por causa da bienalidade positiva (Conab)

• Valor Bruto da Produção (VBP) da cafeicultura em 2020 é estimado em R$ 16,7 bilhões em MG, representando 61% do VBP nacional do setor

• MG exportou, em 2019, aproximadamente 27 milhões de sacas, movimentando US$ 3,5 bilhões. Principais destinos: EUA, Alemanha e Japão

• As remessas internacionais de café naquele ano representaram 44,6% das exportações totais do agronegócio mineiro

Importância econômica do café para o Brasil

• Exportações Nacionais de Café (total): 40,4 milhões de sacas em 2019

• O café representou em 2019 cerca de 5,3% das exportações nacionais do agro, atrás do complexo de grãos (42,1%), carnes (17,1%), floresta (13,3%) e sucroenergético (6,5%)

• O VBP da cultura deverá ficar em aproximadamente R$ 27 bilhões em 2020

• 8,4 milhões de empregos em toda a cadeia

• A Conab estima que a produção nacional na safra 2020 deve ficar entre 57 e 62 milhões de sacas. Crescimento de até 25,8% em comparação à temporada passada

• Em 2019/2020, o Brasil representou 38,3% na produção, e 30,7% das exportações de café no mundo. Ou seja, mais de um terço do abastecimento mundial vem do Brasil

Coronavírus muda a rotina na colheita

Com a pandemia da Covid-19 a colheita do café passa por um desafio, principalmente na contratação de pessoas para este período. Vários procedimentos de higiene e distanciamento tiveram que ser adotados para a segurança de todos.

O Sistema Faemg deu início às orientações semanas antes do começo da colheita no estado. A entidade produziu manual de orientações e realizou transmissões ao vivo (lives) pelo Instagram, com tira-dúvidas, e videoconferências de instrução para os Sindicatos de Produtores Rurais (que atuam como multiplicadores nos municípios) e para os técnicos que atendem aos produtores.

Além disso, através do SENAR Minas, estão sendo distribuídas máscaras de tecidos aos produtores e seus funcionários em todo o estado. Em maio, 20 mil máscaras serão distribuídas. Para junho, estão previstas outras 30 mil.

As informações são da Assessoria de Imprensa Senar Minas Regional Lavras (Por Lisa Fávaro).

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