Na última quarta-feira (8) foi lançado oficialmente o Programa Café Produtor de Água, que contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O projeto será gerido pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e, inicialmente, será implantado nas lavouras de produtores associados da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé).

Considerado por produtores, cooperativas e associações, o Programa visa atender ao princípio da sustentabilidade. Busca, ainda, viabilizar a implementação de práticas e manejos conservacionistas e de melhoria da cobertura vegetal, que contribuam para o abatimento efetivo da erosão e da sedimentação, e para o aumento da infiltração de água no solo.

O tema share responsability (responsabilidade compartilhada) é uma prática que vem sendo muito debatida pela sociedade. Essa atitude proporciona a criação de cadeias de abastecimento globais, verdadeiramente sustentáveis, baseadas em uma abordagem de responsabilidade compartilhada para que os custos e benefícios da certificação sejam distribuídos de maneira mais uniforme entre os agricultores e compradores ao longo da cadeia de abastecimento.

O programa terá um fundo próprio que irá proporcionar o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), que será gerido pelo CNC. As entidades envolvidas estão em busca de parcerias com instituições públicas e privadas afim de colocar em prática as ações propostas.

“Essas parcerias irão dar suporte na implantação do projeto e gratificação dos produtores que aderirem ao programa, considerando a participação dos governos estaduais, municipais, estatais, empresas privadas e, claro, nossas cooperativas”, explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.

A razão do fundo é exatamente beneficiar os produtores que decidirem fazer parte do programa. Embora seja conservacionista é de livre adesão. Para isso, conta com um assessor técnico, Devanir Garcia dos Santos, que com sua experiência e conhecimento fará diagnósticos sobre a implantação, assim como o levantamento dos custos que serão compartilhados com os órgãos interessados na preservação do meio ambiente.

Primeiro, o recurso vai bancar a implantação do projeto de recuperação de bacias, mananciais, estruturação de estradas que provoquem assoreamento de rios e córregos, recomposição de matas ciliares devastadas ao longo do tempo, além da recuperação de açudes, entre outros.

“Temos claro que os benefícios advindos do uso das boas práticas ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais, gerando ganhos para a sociedade, é justo que os custos de produção desses benefícios sejam também divididos com os seus usuários, proporcionalmente a parcela de benefícios que cada um se apropria”, analisa Silas Brasileiro.

O projeto nasceu dentro do Comitê de Sustentabilidade do CNC, que é conduzido por representantes de todas as cooperativas associadas e com coordenação técnica do conselho, por parte da assessora técnica Natalia Carr. “Ao estruturar um programa com viés ambiental e econômico, o CNC adota uma postura de vanguarda para contribuir com a sustentabilidade da cafeicultura brasileira. Assim, demonstra a contribuição ambiental que o segmento pode dar a população brasileira e, consequentemente, ao mundo, produzindo água e café de qualidade”.

Para o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, as cooperativas e associações devem colaborar no processo de disseminação do projeto que, segundo ele, deve remunerar o produtor. “Precisamos alavancar, divulgar e conscientizar nossos cooperados quanto a importância do programa. Devemos levar isso para o mundo, criar, inclusive, uma cultura de premiação para os produtores que adotarem o projeto”, destacou.

As informações são do Conselho Nacional do Café (CNC).

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