O escritório regional do Sistema Faemg Senar, em Viçosa, realiza a capacitação de produtores de café especial que querem exportar seus produtos. A ação envolve Sindicatos de Produtores Rurais, equipe do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte, gerência da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema Faemg Senar e associações ligadas à cafeicultura na Região das Matas de Minas.

Intitulado Programa Agro BR, será o principal aliado no processo de preparação para a exportação. Os participantes serão orientados pelo consultor do programa em Minas Gerais, Paulo Marcius Campos.

Produtores do ATeG, especialmente do Pós-Ciclo, e membros das Associação de Mulheres do Café da Região das Matas de Minas e Caparaó (AMUC), estarão nos dois grupos de no mínimo 25 produtores selecionados. 

Técnicos de campo do ATeG e a diretoria da AMUC captarão as inscrições e selecionarão os potenciais participantes. O gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis acredita que, com o auxílio do Programa Agro BR, os produtores estarão, em pouco tempo, preparados para alcançar novos mercados e tornando ainda mais rentável a cafeicultura nas Matas de Minas.

Paulo Marcius explica que o objetivo da CNA e da Apex Brasil é “dar as mãos ao produtor rural e encaminhá-lo para contato direto com o comprador, sem atravessadores. Para isso, eles vão se cadastrar no Programa, participar do nosso treinamento, entender o passo a passo sobre exportação, e participar em rodadas de negócios, feiras e missões”.

Conhecimento sobre mercado

O assunto foi debatido durante o 24º Simpósio de Cafeicultura da Região das Matas de Minas, em Manhuaçu, que aconteceu este mês e contou com conversas para a formação do grupo. Paulo Marcius esteve presente ministrando palestra sobre o Agro BR durante o painel “Comercialização de café: ferramentas comerciais, perspectivas do mercado nacional e mundial e oferta x demanda”.

O diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, também participou do painel e destacou que a Região das Matas de Minas tem grande potencial pela diversidade de produtos e pela prática da agricultura regenerativa.

Em sua palestra, Marcos apontou as tendências da governança socioambiental e regras globais do mercado consumidor cada vez mais ligado à sustentabilidade. Ele explicou que as novas regras devem entrar em vigor nos próximos meses e afirmou que “mais de 80% do nosso mercado como União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, países asiáticos devem seguir as novas tendências”. 

O diretor executivo do Cecafé apontou, ainda, que o Brasil tem tudo para atender a essa demanda, manter e ampliar o mercado. “Temos legislação ambiental e social, estrutura organizada e eficiente, produtividade e sustentabilidade. Precisamos fazer uma governança bem organizada para promoção da imagem que o mundo reconheça os nossos pontos fortes e nos recompense por isso”, pontuou.

O commodity Trader da Nater Coop, Francisco Rabelo, também compôs o painel e destacou as mudanças no mercado. Assim como Matos, enfatizou a atenção à sustentabilidade e ao marketing em relação à produção do agronegócio brasileiro como fundamentais para o Brasil. “Somos referência mundial em preservação ambiental e produtividade, mas temos o desafio de adequar cada vez mais a nossa produção, orientar os produtores e assumir a narrativa da nossa história perante o mundo para apresentar o agronegócio brasileiro como ele verdadeiramente é”, disse. 

As informações são da FAEMG.

Fonte