Na última semana foi anunciado o aumento dos R$ 10 milhões para R$ 160 milhões na linha de crédito para financiar a recuperação dos cafezais do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, Funcafé. A medida, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ocorreu pelos efeitos negativos de eventos climáticos adversos, basicamente falta de chuva e altas temperaturas, que atingiram os cafezais entre os meses de março e outubro de 2020 nas principais regiões produtoras do País, o que comprometeu a produtividade da safra a ser colhida em 2021, com possibilidade de afetar também a safra 2022. A suplementação foi realizada mediante remanejamento de parte dos recursos destinados a linhas de operações de comercialização, financiamento para aquisição de café e capital de giro.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, destacou que a medida atende às necessidades do setor neste momento de crise. “Que a safra será menor também é uma realidade, só não temos ainda como quantificar para passar uma informação segura para o mercado. O que podemos passar são as consequências que virão, graves em algumas propriedades”, comenta.
Segundo o presidente do CNC, a linha de crédito está disponível para todo produtor que teve ao menos 10% da safra impactada pela seca, seja ele cooperado ou não. Para fazer a solicitação da verba, o produtor precisa de um laudo técnico que comprove o prejuízo. “Além de fazer a recuperação, ele tem também que demonstrar que vai ter a capacidade de pagamento, isso é muito importante”, explica, destacando, ainda, que o prazo para pagamento pode chegar a seis anos e que não há possibilidade de ser realizado em sacas de café.
O teto máximo para cada produtor é de R$ 200 mil. Sobre as taxas, o produtor explica que é referente à remuneração do fundo. “Se fosse hoje, o máximo que ele iria pagar seria em torno de 2,5%, isso poderá oscilar, mas não após a contratação. Ele contratando, o valor fica fixo e pagará aquele valor de taxa até o final do contrato. Isso dá uma garantia e uma segurança muito grande”, comenta.
O Mapa reforça o orçamento do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa, em R$ 2,8 milhões, com recursos do Funcafé. Com esse aporte, o volume total destinado à pesquisa para a cultura do café, em 2020, atinge R$ 7,4 milhões.
O consórcio é integrado pelas principais universidades e institutos de pesquisas que atuam no setor cafeeiro. As atividades garantem um padrão tecnológico na cultura do café possibilitando crescimento da produtividade das lavouras, fazendo com que o Brasil se destaque como o país com maior produção cafeeira.
O trabalho da pesquisa está focado em tecnologias para o melhoramento genético das plantas, combate de pragas e doenças, aproveitamento de resíduos, garantindo o equilíbrio com o meio ambiente e melhorias nas fases de colheita e pós colheita, importantes etapas para garantir a boa qualidade da bebida nacional.
As informações são do Notícias Agrícolas.