Os contratos de café nas bolsas de Nova York (ICE Futures US) e Londres (ICE Europe) registraram forte alta ao longo da semana, encerrando a sexta-feira (24) com oscilações expressivas, mas consolidando ganhos. Na ICE Futures US, o café arábica para março atingiu um novo recorde, chegando a US$ 3,4980 por libra-peso na máxima do dia e encerrando o pregão em US$ 3,4755, alta de 360 pontos. Em reais, o contrato foi negociado a R$ 2.721,20 por saca.  

Na ICE Europe, os contratos de robusta para março alcançaram US$ 5.600 por tonelada na máxima do dia, encerrando a sexta-feira a US$ 5.544, com ganho de US$ 62.  

Fundamentos de mercado  

Os fundamentos do mercado de café seguem inalterados. Os estoques permanecem baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores. Problemas climáticos, marcados por eventos extremos e sucessivos, continuam pressionando os preços, com projeções de que essas condições devem persistir em 2025, impulsionando novos recordes de cotações.  

Impactos climáticos globais  

Eventos climáticos extremos continuam a impressionar pelo mundo. Após incêndios devastadores na Califórnia no início do ano, o sul dos Estados Unidos enfrentou na semana passada uma nevasca histórica. Segundo a MetSul Meteorologia, as temperaturas e volumes de neve em uma faixa de dois mil quilômetros ao longo da Costa do Golfo não eram registrados desde o século 19, reforçando os sinais de mudanças climáticas globais.  

Mercado e exportações

Apesar da forte alta dos contratos internacionais, a valorização do real frente ao dólar limitou os avanços no mercado físico brasileiro. Os compradores elevaram suas bases de compra, mas o volume de negócios permaneceu baixo devido à resistência dos produtores em negociar nos valores oferecidos. Há forte interesse comprador para exportação e consumo interno, mas a oferta vendedora segue restrita.  

Até o dia 23 de janeiro, o Brasil embarcou 2.687.021 sacas de café, superando as 2.198.592 sacas embarcadas no mesmo período de dezembro. O volume inclui 2.229.450 sacas de arábica, 209.085 sacas de conilon e 248.486 sacas de solúvel.  

O café robusta (conilon) segue negociado em níveis recordes no mercado interno. Desde 17 de janeiro, o indicador Cepea/Esalq opera acima de R$ 2 mil por saca de 60 quilos, patamar nunca antes registrado na série histórica iniciada em novembro de 2003. O movimento reflete a combinação de estoques reduzidos e impactos climáticos no setor. 

Certificações

Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarques em janeiro somaram 3.473.199 sacas, acima das 2.969.491 sacas registradas no mesmo período do mês anterior, indicando continuidade no ritmo acelerado de exportações.  



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