Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 89 – n° 01
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Santos, sexta-feira, 07 de janeiro de 2022

O mercado de café abriu o ano firme. Esperávamos um movimento de recuperação dos contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, a partir da próxima semana, mas alguns fundos e operadores se adiantaram, surpreendendo o mercado.

Depois de uma segunda-feira monótona, pós-feriados de final de ano, na terça, segundo pregão do novo ano na ICE em Nova Iorque, os contratos de café abriram em alta e, próximo ao meio do dia no Brasil, explodiram, ultrapassando rapidamente os mil pontos de alta. Os com vencimento em março próximo chegaram a mais de 1.200 pontos na máxima do dia (US$ 2,3575 por libra peso). Fecharam a US$ 2,3175 em alta de 845 pontos. Recuperaram em um pregão o que haviam perdido nas duas últimas semanas de 2021.

Na quarta e na quinta-feira, os operadores agiram com cautela, assimilando a forte alta no segundo pregão do ano. As cotações oscilaram menos e os contratos com vencimento em março e maio próximos acabaram fechando praticamente nas mesmas bases em que fecharam na terça. Os com vencimentos mais longos fecharam em alta moderada.

Hoje, esses contratos abriram em alta moderada. O movimento de alta foi se acentuando ao longo do pregão. Os contratos com vencimento em março fecharam em alta de 675 pontos e encerraram a semana valendo US$ 2,3845 por libra peso (na máxima do dia bateram em US$ 2,4050). Fecharam o pregão de sexta-feira passada, dia 31, valendo US$ 2,2610. No balanço da primeira semana do ano, a alta foi de 1.235 pontos.

O dólar oscilou bastante frente ao dólar no decorrer da semana. Hoje recuou frente ao real e fechou em queda de 0,86%, a R$ 5,6310. Na sexta-feira passada, encerrou 2021 valendo R$ 5,5920. Em reais por saca, os contratos para março próximo fecharam, hoje, valendo R$ 1.776,14. Ontem, fecharam a R$ 1.740,86. Na sexta-feira, dia 31, fecharam 2021 a R$ 1.672,48.

Em nossa opinião, os fundamentos permanecem os mesmos. Continua sendo grande a preocupação com a queda na produção mundial de café e com os entraves logísticos globais, que tornam o quadro ainda mais complicado. A alta dos insumos foi acentuada e mais que dobraram de preço. A irregularidade do clima assusta os cafeicultores, que continuam arredios em vender o que resta de lotes da atual safra 2021/2022. As chuvas que caíram até agora, neste verão, ajudam a estancar as perdas, mas não recuperam o que foi perdido com a longa seca de 2020 e 2021 e as três frentes frias de julho de 2021.

O mercado físico brasileiro abriu o ano calmo, sem negócios, em ritmo de feriado. Com a alta da terça-feira e a de hoje, começaram a sair alguns negócios. O mercado é comprador. O valor das ofertas subiu hoje, mas a alta dos preços no mercado físico brasileiro no decorrer da semana foi menor que a alta em Nova Iorque. Os cafeicultores começaram a colocar lotes no mercado, mas nas bases de preços oferecidas pelos compradores o volume de negócios fechados foi pequeno.

O café brasileiro que antes levava no máximo 35 dias para chegar até os Estados Unidos está demorando, pelo menos, quatro vezes mais para chegar ao destino. A crise logística, já conhecida pelo setor, ganha ainda mais obstáculos com uma crise trabalhista nos Estados Unidos, que vem afetando também a logística interna e entrega dos cafés nos armazéns. Segundo um trader da NuCoffee, que atua no escritório da empresa em território americano, o cenário é complexo, sem perspectiva de melhora no longo prazo. “A realidade é muito complicada, um fato que nunca tinha visto. O impacto no mercado americano é em todos os setores. Não tem como receber café, não tem como receber outras mercadorias e os problemas não devem se resolver, segundo especialistas, em menos de dois anos”, comenta (fonte: site “Notícias Agrícolas”).

Até dia 6, os embarques de janeiro estavam em 133.213 sacas de café arábica, 4.000 sacas de café conilon, mais 26.470 sacas de café solúvel, totalizando 163.683 sacas embarcadas, contra 92.834 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 6, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 367.632 sacas, contra 634.510 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 31, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 7, subiu, nos contratos para entrega em março próximo, 1.235 pontos ou US$ 16,33 (R$ 91,95) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 31, a R$ 1.672,48 por saca, e sexta-feira, dia 7, a R$ 1.776,14. Hoje sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 675 pontos. No mercado estável de hoje são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2021/2022, condição porta de armazém:

R$ 1540/1600,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1500/1540,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 1480/1500,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 1420/1440,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 1400/1420,00 – RIADOS.
R$ 1300/1380,00 – RIO.
R$ 1340/1370,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 1300/1340,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,6310 PARA COMPRA.

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