Nesta quinta-feira (19), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a análise trimestral sobre preços e mercados agropecuários, com acompanhamento dos preços domésticos e internacionais até julho de 2021 e balanço de oferta e demanda dos principais produtos do setor referente à safra 2020/2021.

As commodities mais representativas na pauta de exportação brasileira – café, grãos e carnes – continuaram com a demanda internacional aquecida no primeiro semestre de 2021 e com preços mais elevados frente ao mesmo período de 2020. A edição segue com a participação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), para as análises dos preços domésticos, e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para as análises de produção e dos balanços de oferta e demanda domésticos.

Em relação aos preços internacionais (em dólares), ao analisar o primeiro semestre de 2021 e de 2020, somente o arroz apresentou queda, de 11%. Os demais produtos apresentaram alta: soja (65,9%), milho (72,3%), trigo (24,4%), algodão (38,1%), boi gordo (18,3%), porco magro (65,3%), carne de frango (24,2%). “A alta observada nos grãos deve impactar os custos de produção da pecuária, o que pode influenciar negativamente a oferta dessas commodities e das proteínas animais no país”, considerou a pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter.

“As altas de preços agropecuários no Brasil resultaram de uma combinação de fatores como a crise hidrológica, as significativas altas de preços internacionais e desvalorização cambial”, avaliou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Castro de Souza Júnior, um dos autores da nota.

O café arábica encerrou o segundo trimestre de 2021 com alta de 17,5% nos preços na comparação com o trimestre anterior, impulsionado pela estimativa da quebra na safra brasileira 2021/2022. Segundo o Cepea, há expectativa de oscilação em patamares elevados dos preços domésticos do produto no restante do ano.

No mercado internacional, a demanda por café dentro do domicílio mais do que compensou a redução no consumo fora de casa provocada pela pandemia. Para o segundo semestre, os preços devem se manter em patamares superiores aos de 2020, reflexo do aumento da demanda e da abertura de bares e cafés.

As informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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