A agricultura passa por diversas transformações ao longo dos anos. São muitos estudos em busca da melhoria de certos manejos. Um exemplo disso é o uso do calcário (calagem), que fornece o cálcio e o magnésio, diminui a acidez do solo e aumenta a eficiência dos fertilizantes, a disponibilidade de nutrientes para as plantas e crescimento das raízes. 

O calcário ajuda na prevenção e manejo da ferrugem, cercóspora e phoma, pois o cálcio e o magnésio compõem a parede celular das folhas, logo, o fornecimento do calcário ajuda as plantas a ficarem mais tolerantes, com uma parede celular mais espessa. Pode prevenir, também, possíveis escaldaduras, principalmente nas faces que recebem luz solar o dia todo – elas são ferimentos causados pelo sol e é utilizada como porta de entrada pelos fungos. 

Há diversas opções de calcário no mercado, mas nem todos são iguais. Por isso, é necessário utilizar o calcário que foi recomendado, já que há diferença entre as relações de cálcio e magnésio, onde, no solo, a relação ideal é sempre de três partes de cálcio para uma de magnésio. 

Outro dado importante para ser observado é o Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) do calcário, já que quanto maior for o PRNT, maior será a sua capacidade de corrigir a acidez do solo. O calcário que tem maior PRNT é o mais fino, que reage mais rápido no solo. Por ser muito fino, pode se perder uma parte na hora da aplicação. Para evitar isso, é possível acrescentar água ou gesso no calcário. 

O PRNT determina o tempo da reação. Calcários com PRNT abaixo de 80% devem ser aplicados com maior antecedência, porque demandam mais tempo para reagir no solo. Já os calcários com PRNT acima de 90% têm a capacidade de reagir mais rápido, podendo ser aplicados mais próximos das adubações. Na prática, a situação mais comum é aplicar o calcário após a colheita.

No plantio de novas áreas, o calcário é necessário, já que pode proporcionar um melhor desenvolvimento, enraizamento, tornando a planta mais resistente à seca e mais produtiva. 

Tipos de calcário 

Calcário Calcítico A e B: Indicado quando se tem uma elevada deficiência de cálcio, sendo muito utilizado em abertura de novas áreas de plantio. Sua reação média de cálcio e magnésio é de 30:1, portanto, não é frequentemente utilizado em cafezais pelo baixo teor de magnésio. 

Calcário Dolomítico A: É o calcário com maior teor de cálcio. Sua relação de cálcio/magnésio é em torno de 7:1. Contém 45 a 48% de óxido de cálcio, 6 a 10% de óxido de magnésio, PRNT entre 85 e 90%. Mais utilizados onde há maior deficiência de cálcio. 

Calcário Dolomítico B: Calcário mais indicado quando a relação tem equilíbrio entre cálcio e magnésio. Contém 35 a 38% de Óxido de cálcio, 12 a 15% de Óxido de magnésio, PRNT entre 85 a 90%. 

Calcário Dolomítico C: Esse tem o teor maior de magnésio, senso a relação 2:1. Pode conter 33 a 36% de Óxido de cálcio, 16 a 20% de Óxido de magnésio. PRNT ideal entre 85 a 90%.

As informações são do artigo de Larissa Cocato, da Rehagro: Calcário: saiba seus benefícios e como recomendar para a cultura do café e Folha Rural. 

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