Entidade se reuniu com a Direção-Geral de Parcerias Internacionais, em Bruxelas

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) se reuniu, ontem, 29 de abril, na Comissão Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, com o chefe de unidade da Direção-Geral (DG) de Parcerias Internacionais, Leonard Mizzi, e com Camilla Fusato, responsável por segurança alimentar no fundo IFAD, para tratar de atualizações que o Brasil vem realizando relacionadas ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR).

Mizzi abriu o encontro informando ter ciência que os setores de café e algodão – não faz parte dos produtos listados no EUDR, mas avança em critérios socioambientais –brasileiros têm demonstrado compromissos e exemplos de rastreabilidade, indo ao encontro do atendimento aos critérios ESG propostos pela legislação europeia. Ele também relativizou denúncias na área trabalhista, pontando se tratar de jornalismo que vive de polêmica e reaquece fatos como se fossem novos.

Representando o Cecafé, o diretor-geral Marcos Matos realizou uma apresentação detalhada sobre as bases técnicas oficiais e púbicas do Brasil e a Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil, desenvolvida pela Serasa Experian em parceria com o Cecafé, que, com emprego de tecnologia e ferramentas modernas e eficazes, utiliza esse banco de dados do país.

“Rastreabilidade pressupõe transparência nos processos e criação de mecanismos, como a Plataforma Cecafé-Serasa, que encontrem eventuais problemas. E, por menor que esses sejam, aparecerão em qualquer país. Nesse sentido, o chefe da DG de Parcerias Internacionais falou sobre o processo de simplificação do EUDR, cuja ideia é justamente reduzir a pressão sobre possíveis problemas pontuais, e deixou o canal aberto de comunicação para que possamos formalizar virtuais questionamentos diretamente”, conta.

Em relação à classificação por risco no EUDR, Mizzi comentou que ela tende a ser feita por país e não mais regiões, por falta de tempo, estrutura e corte de recursos direcionados a outros fins (investimentos militares e de segurança energética).

“Mais à frente, com informações e fluxo mais bem definidos, há a possibilidade de se abrir para o risco regionalizado. Ele não acha que isso será um problema para o Brasil, mas temos que seguir buscando os caminhos para estar nesse debate e apresentar nossos dados”, explica Matos.

Ainda sobre EUDR, o diretor-geral do Cecafé diz que Mizzi e Camilla colocarão a entidade em contato com pessoas-chave dentro da Direção Geral de Meio Ambiente da Comissão Europeia para a discussão do nível de risco de forma detalhada. “Dessa maneira, o Cecafé terá condições de apresentar mais elementos relacionados à cafeicultura brasileira e contribuir com dados técnicos nas discussões. Os trabalhos estão acelerados e, até junho, deve ser definida a questão do nível de risco por país. A partir daí, o foco será na implementação do EUDR, no final de dezembro deste ano”, completa.

Ao final da reunião, Leonard Mizzi também abordou o Acordo Mercosul-União. De acordo com ele, esse tratado comercial deverá ser aprovado, uma vez que não vê opções diante das tensões geopolíticas no mundo. “Está otimista com a conclusão neste ano”, conclui Matos.



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