Na última quarta-feira (25), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG) estimou uma perda de cerca de 19% das áreas de café em Minas Gerais (equivalente a 173,68 mil hectares) por conta das geadas ocorridas no mês de julho.

O governo federal afirma que busca saídas para manter na atividade os produtores rurais prejudicados. A dimensão do impacto em Minas Gerais fica em linha com a projeção citada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que os prejuízos teriam alcançado entre 18% e 20%.

Segundo o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia, foi realizado um mapeamento com técnicos do órgão e encontros com representantes do setor para coletar as principais demandas dos cafeicultores atingidos pela maior geada em vários anos.

“Já promovemos a entrega deste levantamento para a ministra, junto com o governador Romeu Zema”, disse o diretor-presidente durante debate transmitido pela internet, citando que algumas das principais demandas dos produtores foram apoio financeiro e acesso ao seguro rural.

Também presente no evento, o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese, disse que o objetivo da pasta é que todos os produtores permaneçam na atividade.

Ele afirmou que uma nova reunião do Conselho Deliberativo de Política do Café (CDPC) deve ocorrer em breve e que a pasta também está atuando em parceria com o Ministério da Economia para buscar soluções para o problema.

O representante do governo federal ainda acrescentou que a alocação de 1,3 bilhão de reais em recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para os produtores afetados pelo frio extremo foi uma possibilidade indicada pelo próprio setor produtivo. A medida foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na semana passada.

Sobre o financiamento adicional de 1 bilhão de reais, anunciado pelo Banco do Brasil nesta terça-feira (24), o representante dos cafeicultores, Fernando Barbosa, produtor na região de São Pedro da União (MG), disse que a ajuda é muito necessária, mas alertou para as condições e tarifas da operação.

“Veio em um bom momento o recurso, mas temos que observar como ele vai chegar, qual será a taxa de juros e se o produtor terá condições”, destaca, ressaltando, ainda, que a média do estado é de uma perda entre 18% e 20%, mas há casos em que um único produtor viu mais de 80% de suas áreas devastadas pelo frio.

As informações são da Reuters.

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