Em 2024, o Brasil atingiu um novo recorde histórico nas exportações de café. Em 1999, atingimos o recorde de 23.021.545 sacas de café exportadas. Consolidamos o patamar de 20 milhões de sacas no decorrer da primeira década do século 21, e, em 2009, conquistamos um novo patamar, exportando 30.375.189 sacas. Em 2019, atingimos 40.699.683 sacas embarcadas e agora em 2024, colocamos a bordo 50.443.037 sacas. Um crescimento espetacular em 25 anos.

Esse resultado é fruto de muita pesquisa e investimentos. Aumentamos a produtividade por hectare e a qualidade de nossos cafés. Dobramos nossas exportações, sem deixar de abastecer nosso consumo interno, que cresceu forte entre 2000 e 2024. Esse desempenho de nossos cafeicultores cresce em importância se considerarmos que, ao mesmo tempo, diminuiu-se a área plantada e aumentaram as reservas ambientais.

Com os fundamentos inalterados, semana passada, os interesses de curto prazo de fundos e especuladores comandaram o dia a dia do mercado, provocando o forte “sobe e desce” diário das cotações do café na ICE Futures US e na ICE Europe.

Mercado e cotações

Na sexta (17), na ICE Futures US, os contratos de arábica para março próximo oscilaram 655 pontos entre a máxima e a mínima, batendo na máxima do dia em US$ 3,3245 por libra peso – alta de 530 pontos. Fecharam o pregão valendo US$ 3,2835 por libra peso, com ganhos de 120 pontos.  No balanço da semana, somaram alta de 450 pontos. 

Na ICE Europe, os contratos de robusta para março próximo romperam novamente a barreira dos US$ 5 mil por tonelada. Bateram sexta (17), na máxima do dia, US$ 5.083 por tonelada, em alta de 194 dólares. Fecharam o pregão valendo US$ 5.006 por tonelada, em alta de 117 dólares. Somaram ganhos a semana de US$ 40. 

Exportação e estoques

Os estoques de cafés certificados na ICE registraram aumento de 3.235 sacas na sexta-feira (17), totalizando 982.377 sacas. Há um ano, esse volume era significativamente menor, com 267.340 sacas certificadas. Na semana, o saldo foi uma alta de 5.267 sacas.

Na Bolsa de Nova Iorque, os contratos futuros para março de 2025 encerraram o pregão de sexta-feira (17) cotados a R$ 2.634,28 por saca.

Mercado e exportações 

Na segunda semana de 2025, encerrada também na sexta-feira (17), os produtores brasileiros ofertaram maior volume de lotes no mercado físico. No entanto, as negociações foram limitadas, já que a maioria das vendas ocorreu com base nos preços propostos pelos compradores, levando os vendedores a recuar. Apesar disso, o interesse comprador permanece elevado para todos os padrões de café, tanto para exportação quanto para o consumo interno.

No mercado de cafés arábica de boa qualidade a finos, bem-preparados e com peneiras 17 e 18, as cotações iniciam em R$ 2.350 por saca.

De acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), o Brasil exportou 3.807.914 sacas de café em dezembro de 2024. O volume representa uma queda de 8,1% (ou 335.746 sacas) em relação ao mesmo mês de 2023 e uma redução de 22% (1.070.584 sacas) frente a novembro de 2024.

Os embarques foram compostos por:

  • 2.843.443 sacas de arábica (queda de 23,1% ou 853.385 sacas em relação a novembro);

  • 562.978 sacas de conilon (queda de 30,2% ou 243.193 sacas em relação a novembro).

Somadas, as exportações de café verde totalizaram 3.406.421 sacas.

Além disso, o café solúvel teve desempenho positivo, com 398.063 sacas exportadas, um aumento de 7,8% (28.898 sacas) em relação a novembro. Já o segmento de café torrado registrou embarques de 3.430 sacas, completando o total exportado no mês de dezembro.

Balanço e movimentações na ICE

Até o dia 16 de janeiro, o Brasil já havia embarcado 1.485.423 sacas de café arábica, 158.353 sacas de café conilon e 151.558 sacas de café solúvel, totalizando 1.795.334 sacas enviadas ao exterior. Esse volume é superior ao registrado no mesmo período de dezembro, quando os embarques somaram 1.304.138 sacas.

Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro também mostram crescimento, totalizando 2.520.053 sacas até o dia 16, em comparação com 2.055.049 sacas no mesmo período do mês anterior.

Entre os fechamentos de 10 e 17 de janeiro, os contratos futuros para entrega em março próximo subiram 450 pontos – um aumento de US$ 5,95 (ou R$ 36,10) por saca.

Em reais, as cotações para março na ICE passaram de R$ 2.614,03 no dia 10 para R$ 2.634,28 no fechamento do dia 17. Apenas no pregão da sexta (17) a bolsa registrou uma alta de 120 pontos nos contratos de março.



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