Dados da cooperativa Coocafé estimam quebra da próxima safra 2021/2022, quando comparada com a produção da safra deste ano, considerando a bienalidade e os problemas climáticos que o cafeicultor vem enfrentando nas principais regiões produtoras do País.

Segundo Pedro Antônio Silva Araújo, diretor comercial da Coocafé, produtores atendidos pela cooperativa já relatam perdas próximas de 40%. Em 2020, a região produziu uma média de 40 sacas por hectare. “Na safra 2020/2021 nossas lavouras produziram muito e os tratos culturais não acompanharam o desenvolvimento da lavoura. Já era esperado uma queda, mas as condições climáticas fazem diminuir ainda mais”, comenta.

Para o ano que vem, a expectativa da produção é de 24 sacas por hectare em toda área. De acordo com dados da Coocafé, a primeira florada generalizada na região aconteceu entre o final de setembro e o começo de outubro, com condições climáticas fora do ideal para o desenvolvimento da planta. “A chuva atrasou muito esse ano, além disso as temperaturas estavam altas demais, sempre entre 32 e 33ºC”, afirma.

Como as chuvas não se regularizaram no pós-florada, não houve pegamento do grão em boa parte da área. Já a segunda florada foi registrada na primeira semana de novembro, com temperaturas mais amenas, mas ainda com chuvas irregulares em toda a região. “Nós ainda estamos enfrentando uma irregularidade das chuvas, estamos sem chuvas há três semanas e por isso as lavouras não estão apresentando a normalidade esperada”, explica Antônio.

Consequência do baixo volume de chuva, a área de poda já aumentou de maneira expressiva na Zona da Mata, apesar de ainda não ser possível quantificar o tamanho exato dos impactos. “Em função da alta produção desse ano e também da falta de chuva, muitos produtores que perceberam que a planta não conseguirá produzir bem ano que vem, escolheram pela poda e muitas estão sendo feitas de forma tardia”, acrescenta.

Dados coletados nas estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indicam que não choveu de maneira expressiva em nenhuma área de café em Minas Gerais nos últimos 10 dias. Segundo os mapas, apenas uma área no extremo sul mineiro recebeu chuvas entre 40 e 50 mm. Desde março, toda a região cafeeira do País enfrenta volumes abaixo da média e temperaturas relativamente mais altas, comprometendo ainda mais o desenvolvimento da planta.

Os números exatos para a próxima safra só poderão ser confirmados no primeiro semestre do ano que vem. A partir de agora, segundo Pedro, o cenário ideal é de chuvas regulares e abrangentes em todas as áreas, levando alívio para a planta e também suprindo as necessidades do solo. “Essa chuva é muito importante para que o produtor consiga dar sequência aos tratos culturais”, complementa.

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