De acordo com dados divulgados pela consultoria Safras & Mercado, a comercialização de café do Brasil alcançou 31% da produção esperada para a temporada 2022/2023 até a última terça-feira (10), contra 29% no mês anterior. O percentual de vendas está abaixo do verificado em igual período do ano passado, quando girava em torno de 35% da safra, mas supera a média dos últimos anos para o período (24%). 

Segundo o levantamento mensal, já foram negociadas 19 milhões de sacas, considerando uma produção de 61,1 milhões de sacas estimada para a temporada. Em geral, o produtor de café tem adotado uma postura defensiva, ponderando os custos altos e alongando posições.

“Isso, logicamente, tem impacto sobre a dinâmica das vendas com safra nova. Assim, depois de um começo muito acelerado, as vendas andam com o freio de mão puxado”, afirmou o consultor Gil Barabach, em nota.

Já as vendas da safra 2021/2022 atingiram 94% da produção até a terça-feira, contra 92% do mês anterior, de acordo com o levantamento da Safras. O percentual é superior aos 93% vistos em igual período do ano passado e também está acima da média de 91% para o período nos últimos anos.

Barabach avaliou que as vendas no mercado físico de café do Brasil continuam cadenciadas, em movimento típico de entressafra. Segundo ele, a volatilidade na ICE (Bolsa de Nova York) e do dólar geram incertezas e contribuem para a cautela do vendedor.

“Muitos produtores retardam vendas apostando no dólar e frio, preferindo também aguardar o resultado da safra brasileira 2022. O fato é que os negócios andam de forma lenta, com foco comercial já voltado para a safra nova, que está iniciando os trabalhos de colheita”, disse.

As informações são da Reuters (por Letícia Fucuchima).

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