O preço é o atalho mais conhecido para a qualidade. Pague mais, obtenha coisas melhores. O café especial luta há muito tempo tentando equilibrar seu preço. Durante anos, fomos cautelosos para não aparecer muito caro, praticando poucos pontos percentuais de margem sobre o que é praticado na cadeia global, mas há exceções: o café especial, de vez em quando, é realmente muito caro.

O café agora tem sido comparado ao vinho, com grande desconforto por muitos. O vinho é muito caro porque as pessoas estão agregando valor na cadeia produtiva do vinho há décadas. Há uma audiência grande e suficientemente rica para isso e todos estão perseguindo o melhor valor que podem obter pelo valor investido. Isso aumenta o preços e, em termos gerais, os bons vinhos são mais caros porque são melhores. Assim, os consumidores podem esperar que um vinho mais caro é um melhor vinho. Claro, há exceções a esta regra, mas em geral ela é bastante precisa.

O café é diferente quando fica muito caro. Os cafés mais caros não são os mais doces. Os cafés mais caros não são os mais complexos, estruturados e deliciosos. Os cafés mais caros são os mais exóticos.

Muitos se deleitam com a estranheza de lotes de café de variedades raras e corpo estranho. Experimentar cafés como assim é sempre interessante. No entanto, acredito que estamos valorizando desproporcionalmente cafés estranhos, exóticos e incomuns (cafés que exigem contexto próprio) em detrimento de celebrar o excepcional. Não estou dizendo que não devemos vender cafés exóticos. Não estou dizendo que não devem ser caros em função de sua raridade. Estou dizendo que acho que precisamos ter cuidado com a forma como comunicamos o valor de um café para nossos clientes. Ele custa o que custa, porque é especial? Porque é raro? Porque é exótico? O desafio é que nem sempre essas coisas se alinham.

Fonte: jimseven

Por: James Hoffmann