Os contratos futuros do café arábica recuaram nesta semana em meio ao ambiente externo desfavorável de aversão ao risco de uma segunda onda de Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, onde França, Alemanha e Suíça retomaram algum tipo de lockdown com o fechamento de bares e restaurantes, o que gera incertezas quanto ao consumo.

Nesse cenário, analistas apontam que os investidores se afugentam dos ativos de risco, como as commodities, e direcionam seus investimentos em mercados mais seguros, em especial títulos do Tesouro norte-americano e dólar, este último que se fortaleceu diante da aproximação das eleições presidenciais nos EUA, na próxima terça-feira (3).

Já os futuros do robusta tiveram desempenho positivo, sendo puxados, principalmente na terça-feira (27), pelo anúncio do Centro Nacional de Previsão Hidro Meteorológica do Vietnã, de que Central Highland’s, a maior região produtora de café do país, receberia de 100 a 200 milímetros de chuva, atrasando os trabalhos de colheita e impactando a qualidade.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro/20 encerrou o pregão da última quinta-feira (29) a US$ 1,046 por libra-peso, acumulando perdas de 100 pontos na comparação com a sexta-feira da semana passada. Na ICE Futures Europe, o vencimento janeiro/21 acumulou ganhos semanais de US$ 32, cotado a US$ 1.337 por tonelada.

O dólar comercial avançou 2,45% frente ao real até o fechamento do dia 29 de outubro. Além da proximidade das eleições nos EUA, a moeda norte-americana foi impulsionada por um ambiente interno desfavorável, em meio à elevação do risco fiscal do Brasil, ao não andamento das reformas tributária e administrativa e ao juro real negativo. A divisa encerrou a quinta-feira a R$ 5,765.

Em relação ao clima, há possibilidade de chuvas generalizadas sobre o cinturão cafeeiro do Brasil. A Somar Meteorologia comunica que podem ocorrer temporais e precipitações com volumes elevados nesta sexta-feira (30) na maioria do Sudeste, com os maiores índices podendo ser registrados no leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além da faixa litorânea de São Paulo.

O serviço meteorológico informa, ainda, que as temperaturas despencam nos quatro estados da região devido à chegada de uma nova massa de ar frio. A partir de domingo, ainda conforme a Somar, as chuvas perdem intensidade no Sudeste, com acumulados mais significativos ocorrendo apenas entre o norte mineiro e o estado capixaba. No oeste do Triângulo Mineiro e nas áreas centro-oeste e norte paulistas, o tempo volta a ficar firme.

No mercado físico, os agentes continuam retraídos, com os produtores aguardando maiores volumes de chuvas em todas as regiões, que são fundamentais ao pegamento das floradas que abriram recentemente. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) se situaram em R$ 536,73/saca para o arábica e R$ 412,13/saca ao conilon, com variações, respectivamente, de -0,05% e 2,38%.

As informações são do Conselho Nacional do Café (CNC).

Fonte