Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 89 – n° 33
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Santos, sexta-feira, 26 de agosto de 2022

A semana foi de forte alta para os preços do café nas bolsas de futuro. Depois de subirem com força em quatro pregões, hoje os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, apresentaram um dia de estabilidade, análise e ajuste. Os contratos para dezembro, fecharam em queda de 140 pontos a US$ 2,3810 por libra peso. Bateram em US$ 2,4190 na máxima do dia – rompendo mais uma vez os US$ 2,40 e oscilaram 615 pontos entre a máxima e a mínima. Ontem, subiram 50 pontos. Anteontem ganharam 1.075 pontos. Na terça-feira, encerraram o dia com ganhos de 705 pontos e, na segunda-feira, subiram 785 pontos. Acumularam alta de 2.475 pontos nesta semana. Na semana passada, fecharam a sexta-feira a US$ 2,1335, somando queda de 905 pontos. Na semana anterior, encerrada na sexta-feira, dia 12, subiram 1.600 pontos.

Os fundamentos permanecem sólidos. O mercado internacional vai se conscientizando de quebra maior na safra brasileira de café 2022/2023 do que a projetada por agrônomos, produtores e cooperativas. A colheita se aproxima do final e os cafeicultores se deparam com números ainda menores do que estimavam no início dos trabalhos. O clima continua preocupando e nossos principais competidores – Colômbia, América Central e Vietnã – também enfrentam problemas climáticos e queda na produção.

O dólar hoje caiu 0,67% e fechou a semana valendo R$ 5,0780. Na sexta-feira passada, fechou a R$ 5,1680.

Em reais por saca, os contratos de café para dezembro próximo na ICE, em Nova Iorque, fecharam hoje a R$ 1.599,36. Ontem, encerraram o dia valendo R$ 1.619,54. Na sexta-feira passada, terminaram a semana a R$ 1.458,51.

No mercado físico brasileiro, os compradores aumentaram o valor das ofertas ao longo da semana. O aumento foi proporcionalmente menor que o dos contratos de café na ICE em Nova Iorque. O número de negócios fechados cresceu, com cafeicultores que precisam de “caixa” aproveitando para vender. Mesmo assim o volume de vendas continuou pequeno, bem abaixo do usual para esta época de início de ano-safra no Brasil.

Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, caíram, hoje, 1.220 sacas. Estão em 658.857 sacas. Há um ano eram de 2.165.606 sacas, caindo, neste período, 1.506.749 sacas.

As cotações do café na ICE, em Nova Iorque, não refletem a realidade dos preços no mercado físico mundial. Cafés novos, no padrão exigido para serem certificados nessa bolsa, valem bem mais do que o cotado em seu pregão.

É grande a preocupação dos cafeicultores. O volume de café colhido esse ano é insuficiente para honrar compromissos e manter os cafezais em bom estado para a safra do próximo ano. Além de pequeno (se não tivéssemos tido os problemas climáticos, 2022 teria sido ano de safra alta para os produtores de arábica), parte importante desse café agora colhido está sendo entregue para cumprirem os contratos de “vendas antecipadas para entrega futura”.

Essas vendas foram fechadas antes dos problemas climáticos ocorrerem – quando se esperava em 2022 uma grande safra de ciclo alto – a preços bem mais baixos dos praticados atualmente. Esses cafés, vendidos entre R$ 550,00 até R$ 900,00 a saca de 60 kg, tradicionalmente são entregues agora nos meses de agosto e setembro.

Com a crise climática global, a falta de chuvas e a severidade do calor no verão do hemisfério norte trazem muita apreensão sobre como serão as condições climáticas nas regiões cafeeiras do Brasil na próxima primavera e no verão.

A Cooxupé confirmou ontem, quinta-feira (25), que haverá uma quebra na produção de café arábica deste ano em relação aos volumes previstos inicialmente, mas não detalhou os percentuais de redução. Em março, a cooperativa havia estimado a produção dos cooperados em cerca de 7,5 milhões de sacas de 60 kg, estável ante 2021, mas apresentando queda acentuada na comparação com 2020, onde alcançou 10,99 milhões de sacas, produção recorde.

Diante da revisão dos números de colheita do Brasil, feita pela consultoria Safras & Mercado, a Cooxupé respondeu à Reuters que “ainda não fez uma nova avaliação de números da safra, mas que já é possível afirmar que haverá quebra”. A safra de 2022 teve influência da histórica seca de 2021, além das geadas que atingiram as principais regiões produtoras no ano passado. Segundo a cooperativa que atua no Sul de Minas, Cerrado Mineiro e parte de São Paulo, não há como quantificar neste momento a quebra de safra (fonte: agência Reuters).

Até dia 26, os embarques de agosto estavam em 1.566.844 sacas de café arábica, 33.542 sacas de café conilon, mais 153.374 sacas de café solúvel, totalizando 1.753.760 sacas embarcadas, contra 1.523.769 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 26 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.422.188 sacas, contra 2.203.365 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 26, subiu, nos contratos para entrega em setembro próximo, 2.475 pontos ou US$ 32,74 (R$ 166,25) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam, no dia 19, a R$ 1.458,51 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 26, a R$ 1.599,36. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 140 pontos. No mercado firme de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1450/1510,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1390/1450,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 1350/1390,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 1300/1330,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 1260/1290,00 – RIADOS.
R$ 1210/1240,00 – RIO.
R$ 1180/1200,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 1180/1200,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,0780 PARA COMPRA.

 

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