Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 90 – n° 44
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Santos, sexta-feira, 03 de novembro de 2023

Os baixos estoques remanescentes, tanto nos países consumidores, como nos países produtores; a aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce; e as incertezas climáticas que continuam afetando todos os principais países produtores de café, levam insegurança, instabilidade, e muita especulação aos contratos de café negociados na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres.

Em meio a todas essas variáveis, interesses de curto prazo, de fundos e especuladores comandaram as operações diárias nas duas bolsas de futuro. O sobe e desce das cotações do café foi intenso, trazendo muita insegurança aos operadores e ao mercado físico brasileiro.

Na ICE americana, os contratos de arábica para dezembro próximo bateram, hoje, em US$ 1,7135 na máxima do dia e encerraram o pregão com ganhos de 555 pontos, a US$ 1,7090 por libra peso. Ontem, feriado no Brasil, subiram 555 pontos, e, anteontem, caíram 750 pontos. Terminaram a terça-feira em alta de 820 pontos. Na segunda recuaram 185 pontos. Nesta semana, esses contratos para dezembro próximo subiram 995 pontos. Na semana passada, recuaram 430 pontos, encerrando a semana a US$ 1,6095 por libra peso. Esses contratos fecharam na sexta-feira anterior a US$ 1,6525 por libra peso e acumularam 1.920 pontos de alta nas duas semanas anteriores à passada.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para janeiro próximo trabalharam hoje em alta e fecharam com ganhos de 44 dólares, a US$ 2.372 por tonelada. Ontem, esses contratos subiram 16 dólares e, anteontem, caíram 54 dólares. Na terça-feira subiram 52 dólares e, na segunda, caíram 69 dólares. Somaram queda de 11 dólares na semana. Na semana passada, caíram 96 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram, hoje, mais 8.091 sacas e estão em 360.009 sacas, seu menor nível em 24 anos. Há um ano eram de 382.695 sacas, quando eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 22.686 sacas. Nesta semana, a queda foi de 34.166 sacas. No mês de outubro, a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro, esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e, no mês de julho, de 16.163 sacas. No mês de junho, recuaram 38.603 sacas. No mês de maio, caíram 96.645 sacas e, no mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas.

O dólar recuou, hoje, 1,55% frente ao real, fechando a semana a R$ 4,8960. Na quarta-feira, caiu 1,35%, para R$ 4,9730. Na terça-feira recuou 14% e, na segunda, subiu 0,70%. Na sexta-feira passada fechou a R$ 5,0130. Na sexta-feira anterior encerrou a semana a R$ 5,0320.

Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque encerraram o pregão, hoje, a R$ 1.106,82. Ontem terminaram o dia a R$ 1.087,72. Na quarta-feira valiam R$ 1.051,21 e, na terça-feira, R$ 1.115,60. Fecharam, na sexta-feira passada, a R$ 1.067,29. Encerraram a sexta-feira anterior valendo R$ 1.099,06.

No mercado físico brasileiro, ao longo da semana, os compradores aumentaram e diminuíram o valor de suas ofertas acompanhando as fortes oscilações dos contratos de café na ICE em Nova Iorque e do dólar frente ao real. Na terça-feira, pregão em que a alta nos contratos de arábica foi a mais acentuada, tivemos um bom volume de negócios fechados em nosso mercado físico. O feriado nacional, ontem, acabou encurtando a semana para novos negócios.

Uma frente fria que está avançando do Sul do Brasil vai passar rapidamente pela costa do Sudeste entre esta sexta-feira e o sábado. São esperados episódios isolados e com baixos acumulados de precipitação entre as áreas produtoras de São Paulo, sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro. Durante o final de semana, a frente fria deve se posicionar próximo a costa entre o Espírito Santo e o sul da Bahia, e deve organizar chuvas mais generalizadas sobre a metade Norte do Brasil. Com isso, são esperados volumes de moderada intensidade sobre áreas produtoras do Espírito Santo, da Bahia e até mesmo do estado de Rondônia. Na Bahia, estado que deve receber os maiores acumulados, pode chover mais de 50 mm em algumas áreas produtoras. Com aumento das chuvas, o calorão deve diminuir sobre a metade Norte do Brasil e, no centro-sul, o avanço de uma massa de ar mais frio deve garantir tempo mais aberto a partir do final de semana e uma amplitude maior das temperaturas, ou seja, as madrugadas vão ficar ligeiramente mais frias, mas durante as tardes vai voltar esquentar especialmente a partir do domingo.

Apesar desse aumento das chuvas nesta primeira semana de novembro sobre a metade Norte do Brasil, a precipitação não deve se regularizar sobre estas áreas. A partir da metade da próxima semana, as chuvas vão voltar a ganhar força sobre o centro-sul do país, onde estão previstas precipitações acima da média para o mês de novembro, enquanto na metade Norte as chuvas devem voltar a reduzir e os episódios vão continuar ocorrendo de forma muito espaçada e com baixos acumulados na maior parte do mês. Sobre áreas produtoras do Espírito Santo, do Cerrado Mineiro, da Bahia e de Rondônia, o risco é alto para estresse térmico e hídrico na maior parte deste mês e no decorrer dos próximos meses (Climatempo).

Os embarques brasileiros de café no mês de outubro cresceram forte em relação aos de setembro último, mas os números finais de nossas exportações só devem ser divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) no final da próxima semana.

Até dia 3, os embarques de outubro estavam em 3.160.061 sacas de café arábica, 605.571 sacas de café conilon, mais 229.102 sacas de café solúvel, totalizando 3.994.734 sacas embarcadas, contra 3.150.186 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 4.205.988 sacas, contra 3.269.442 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 3, os embarques de novembro estavam em 1.640 sacas de café arábica, 14 mil sacas de café conilon, totalizando 15.640 sacas embarcadas, contra 32.065 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 133.135 sacas, contra 78.343 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A Bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 3, subiu, nos contratos para entrega em dezembro próximo, 995 pontos ou US$ 13,16 (R$ 64,44) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam, no dia 27, a R$ 1.067,29 por saca, e sexta-feira, dia 3, a R$ 1.106,82. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a Bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 555 pontos. No mercado estável de hoje, são as seguintes as cotações nominais por saca, para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 920/980,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 870/920,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 840/870,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 810/840,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 780/810,00 – RIADOS.
R$ 770/790,00 – RIO.
R$ 770/790,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 770/790,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,8960, PARA COMPRA

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