O mercado internacional de café atravessa um período de intensa volatilidade, impulsionado por recentes medidas tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos e pelas consequentes respostas de parceiros comerciais. De acordo com o boletim semanal do Escritório Carvalhaes, divulgado nesta segunda-feira (7), as “tarifas recíprocas” proclamadas pelo presidente americano Donald Trump na última quarta-feira (2) desencadearam reações significativas nos mercados globais, alimentando temores de recessão nos EUA e desaceleração da economia mundial.
Impacto das tarifas no mercado de café
Nos dias subsequentes ao anúncio, as bolsas internacionais registraram fortes quedas. As medidas retaliatórias da China, divulgadas na sexta-feira (4), intensificaram as preocupações com uma possível recessão global, afetando diretamente os preços das commodities, incluindo o café. As cotações do grão nas bolsas de Nova Iorque e Londres foram impactadas por esse cenário, enquanto no Brasil, o dólar disparou 3,70% frente ao real, encerrando o dia a R$ 5,8360, e o Ibovespa recuou 3%.
Oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres
Segundo o boletim, os contratos de café arábica com vencimento em maio na ICE Futures US oscilaram 2.445 pontos entre a máxima e a mínima do dia, atingindo US$ 3,8935 na máxima e fechando a US$ 3,6570, uma queda de 1.955 pontos. Na ICE Europe, os contratos de robusta para maio alcançaram US$ 5.369 por tonelada na máxima, encerrando o pregão a US$ 5.112, uma redução de US$ 259.
Estoques certificados e mercado físico brasileiro
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram 11.099 sacas, totalizando 771.014 sacas. Há um ano, esses estoques eram de 628.217 sacas, indicando um aumento de 142.797 sacas no período. No mercado físico brasileiro, as bases de preços oferecidas não têm atraído os vendedores, resultando em poucos negócios concluídos. O volume de vendas permanece abaixo do necessário para atender às demandas de consumo interno e exportação.
Exportações e pedidos de certificados de origem
Até o dia 4 de abril, os embarques de café arábica totalizavam 2.791.975 sacas, os de conilon, 138.582 sacas e os de solúvel, 321.211 sacas, somando 3.251.768 sacas embarcadas, contra 3.115.216 sacas no mesmo período de fevereiro. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 471.021 sacas, em comparação a 627.332 sacas no mesmo dia do mês anterior.
O cenário atual é de incertezas, e o mercado aguarda o desenvolvimento das negociações e o detalhamento das medidas anunciadas para avaliar os impactos no comércio mundial de café.