Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 89 – n° 45
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Santos, sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Fortes chuvas de granizo caíram na segunda e na terça-feira desta semana sobre importantes regiões produtoras de arábica no Brasil, gerando, nas redes sociais, intensa trocas de relatos, fotos e vídeos dos estragos em lavouras do cerrado mineiro, sul de Minas e Alta Mogiana Paulista. Além dessas seguidas quedas de granizo, informações de cafeicultores e de agrônomos das diversas regiões produtoras de café, são de que o pegamento da grande florada deste ano não foi bom.

As chuvas de granizo registradas no início de novembro em Minas Gerais, principalmente nos dias 7 e 8, atingiram 51,2 mil hectares de lavouras. O levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostra que 106 municípios relataram a ocorrência das chuvas no período. As áreas com plantios de café do estado foram as mais atingidas pelas chuvas, com um total de 26,6 mil hectares. Os municípios de São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Campestre e Nova Resende, todos no Sul/Sudoeste do estado, foram os que registraram as maiores áreas com ocorrência de granizo. Faz dois meses que os produtores de Minas Gerais são surpreendidos pelas chuvas de granizo. No início de outubro, também ocorreram fortes precipitações com queda de pedaços de gelo, principalmente nas regiões Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes, Central e Zona da Mata (Fonte: Emater-MG/site Notícias Agrícolas).

Enquanto as lideranças dos cafeicultores não se posicionam e informam ao mercado o que se pode esperar da próxima safra brasileira de café, começam a aparecer projeções sobre o tamanho da próxima safra 2023 de café, sem sabermos qual a metodologia usada para essas projeções, jogadas no mercado por empresas privadas.

O Rabobank divulgou na quarta-feira que estima que a safra brasileira de café deve chegar a 68,5 milhões de sacas em 2023. “A produção de café do Brasil deverá crescer ao menos 8% em 2023, para cerca de 68,5 milhões de sacas, com os cafezais se recuperando após uma safra menor que a esperada em 2022, estimou nesta quarta-feira o Rabobank, notando que o número ainda está sujeito ao clima no verão” (fonte: Reuters).

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou ontem que no último mês de outubro foram embarcadas 3.471.370 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 3,2% (115.477 sacas) menos que no mesmo mês de 2021 (ano de ciclo baixo no Brasil) e 0,3% (11.741 sacas) mais que no último mês de setembro. Em relação a outubro de 2020 (ano de ciclo alto no Brasil), os embarques de outubro último caíram 23%, ou 1.032.689 sacas.

Nos quatro primeiros meses (julho, agosto, setembro e outubro) deste ano safra, 2022/2023, que deveria ter sido de ciclo alto, nossos embarques totalizaram 12.287.555 sacas de 60kg. Foram 2% menos (281.196 sacas) que no mesmo período do ano-safra anterior, 2021/2022, de ciclo baixo, quando nossos embarques totalizaram 12.568.751 sacas. No ano-safra 2020/2021, de ciclo alto, os embarques nesses primeiros quatro meses totalizaram 15.552.152 sacas, 27 % mais, 3.264.597 sacas, que no atual ano-safra.

Nesta semana as cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque foram pressionadas pelas chuvas abundantes sobre os cafezais brasileiros, pela forte alta do dólar frente ao real e, principalmente, com a divulgação feita pelo Rabobank, de que a safra brasileira de café deve chegar a 68,5 milhões de sacas em 2023.

Hoje, os contratos de café na ICE fecharam em queda no primeiro vencimento, para dezembro próximo, e em leve alta nos demais vencimentos, depois de trabalharem ontem em alta expressiva por todo o pregão, fechando com ganhos pela primeira vez nesta semana. Os contratos para dezembro próximo bateram hoje em US$ 1,7370 na máxima do dia e fecharam a sexta-feira em queda de 90 pontos a US$ 1,7010 por libra peso. Ontem, encerraram o dia em alta de 585 pontos a US$ 1,7100. Na quarta-feira caíram 130 pontos. Na terça-feira esses contratos recuaram 410 pontos e na segunda-feira fecharam em baixa de 520 pontos. Na semana, acumularam queda de 565 pontos. Na sexta-feira passada, fecharam em alta de 355 pontos. No balanço da semana passada somaram alta de 595 pontos.

Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram hoje 5.352 sacas. Encerraram a semana em 454.056 sacas. Há um ano, eram de 1.798.415 sacas, caindo neste período 1.344.359 sacas.

O dólar trabalhou hoje em queda. Fechou em baixa de 1,19 % a R$ 5,3330. Ontem encerrou o dia em alta de 4,13 % a R$ 5,3970. Nesta semana o dólar acumulou alta de 5,45% frente a nossa moeda. Na semana passada acumulou queda de 4,56%.

Em reais por saca, os contratos de café para dezembro próximo na ICE em Nova Iorque fecharam hoje o pregão valendo R$ 1.199,97. Ontem fecharam a R$ 1.220,79. Na sexta-feira passada encerraram a R$ 1.176,82. Na sexta-feira anterior, fecharam a semana a R$ 1.190,44. 

O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo por toda a semana. Os compradores subiram e desceram o valor das ofertas no físico brasileiro acompanhando as altas e baixas em Nova Iorque e no dólar. Nas bases de preço oferecidas não apareceram vendedores. Foram poucos os negócios fechados.

O Cecafé informou que no último mês de outubro foram embarcadas 3.471.370 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 3,2% ( 115.477 sacas) menos que no mesmo mês de 2021 e 0,3% (11.741 sacas) mais que no último mês de setembro. Foram 3.066.686 sacas de café arábica e 110.675 sacas de café conilon, totalizando 3.177.361 sacas de café verde, que somadas a 291.435 sacas de solúvel e 2.574 sacas de torrado, totalizaram 3.471.370 sacas exportadas em outubro último.

Até dia 11, os embarques de novembro estavam em 477.152 sacas de café arábica, 9.654 sacas de café conilon, mais 17.357 sacas de café solúvel, totalizando 504.163 sacas embarcadas, contra 396.556 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 11 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 832.043 sacas, contra 762.381 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 11, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 565 pontos ou US$ 7,47 (R$ 39,86) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 4 a R$ 1.176,82 por saca, e hoje sexta-feira dia 11 a R$ 1.199,97. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 90 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1050/1100,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1020/1050,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 960/1020,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 900/950,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 850/900,00 – RIADOS.
R$ 850/900,00 – RIO.
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,3330 PARA COMPRA.

Fonte