Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 90 – n° 46
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Santos, sexta-feira, 17 de novembro de 2023

A chegada de chuvas neste final de semana, encerrando a longa onda de calor que estacionou nos últimos dias sobre os cafezais do sudeste brasileiro, levou especuladores e fundos de investimentos a realizarem lucros, derrubando forte, ontem e hoje, as cotações do café em Nova Iorque.

Os baixos estoques remanescentes de outras safras, tanto nos países consumidores, como nos países produtores; a aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce; e a crise climática global que afeta a produção de todos os países produtores de café, geram muitas dúvidas e muita insegurança aos operadores e aos produtores de café em todo o mundo. Este quadro, mais os sérios problemas políticos e econômicos no Brasil e no mundo, levam a rápidas e fortes oscilações nas cotações do café, que devem persistir por todo o ano safra.

As incertezas com o tamanho da próxima safra brasileira 2024, bem como com os reflexos dos estragos do El Niño para nossa produção de café em 2025, cresceram enormemente com mais esta severa onda de calor sobre os cafezais brasileiros, com os termômetros, em plena primavera, se aproximando, por vários dias seguidos, dos 40ºC. Segundo matéria publicada hoje no jornal Valor Econômico, ondas de calor mais fortes no próximo verão estão no radar de especialistas.

Hoje, sexta-feira, na ICE Futures US, em Nova Iorque, os contratos de arábica para março próximo bateram em US$ 1,7200 na máxima do dia e encerraram o pregão em queda de 455 pontos, a US$ 1,6665 por libra peso. Ontem, caíram 395 pontos e, anteontem, subiram 375 pontos. Na terça-feira caíram 180 pontos e, na segunda, subiram 265 pontos. No balanço desta semana, esses contratos recuaram 390 pontos. Na sexta-feira passada, encerraram o pregão a US$ 1,7055 por libra peso, somando alta de 140 pontos na semana.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para janeiro próximo caíram, hoje, 45 dólares, fechando a US$ 2.521 por tonelada. Ontem subiram 17 dólares e, anteontem, 75 dólares. Na terça-feira caíram 29 dólares e, na segunda-feira, subiram 82 dólares. Somaram alta de 100 dólares nesta semana. Encerraram a sexta-feira passada a US$ 2.421 por tonelada, subindo 49 dólares na semana.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US permaneceram estáveis hoje em 289.699 sacas. Há um ano eram de 484.089 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram, neste período, 194.390 sacas. Caíram nesta semana 12.536 sacas e na semana passada 57.774 sacas. No mês de outubro a queda totalizou 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques caíram 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e no mês de julho de 16.163 sacas. No mês de junho, recuaram 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas e no mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas.

Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque encerraram hoje o pregão a R$ 1.081,28. Ontem fecharam valendo R$ 1.102,88. Na quarta-feira, feriado nacional no Brasil, terminaram o dia a R$ 1.126,47. Fecharam, a sexta-feira passada, valendo R$ 1.108,84.

No mercado físico brasileiro, no decorrer da semana, os compradores melhoraram suas ofertas até ontem no período da manhã, depois, com o recuo das cotações na ICE em Nova Iorque, diminuíram o valor de suas ofertas. Houve um número razoável de vendas até a manhã de ontem, quinta-feira. O volume de negócios fechados continua abaixo do usual para esta época do ano.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que no último mês de outubro foram embarcadas 4.355.596 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 21,8% (779.980 sacas) a mais do que no mesmo mês de 2022 e 30,4% (1.015.494 sacas) a mais do que no último mês de setembro. Foram 3.419.381 sacas de café arábica (alta de 41,4%, ou 1.001.685, sacas em relação a setembro de 2023, e de 8%, ou 254.060 sacas, em relação a outubro de 2022) e 662.051 sacas de café conilon (alta de 2,3%, ou 14.963 sacas, em relação a setembro de 2023, e de 479,5%, ou 547.804 sacas, em relação a outubro de 2022), totalizando 4.081.432 sacas de café verde, que somadas às 271.152 sacas de solúvel e 3.012 sacas de torrado, totalizaram 4.355.596 sacas exportadas em outubro último. Alcançamos, no último mês de outubro, um importante resultado nas exportações brasileiras de cafés conilon e robusta. Com 662 mil sacas enviadas ao exterior, atingimos o segundo maior volume embarcado em um único mês na história de nossas exportações de robusta/conilon, crescendo 479,5% sobre outubro de 2022. Os embarques no acumulado dos quatro primeiros meses do ano safra 2023/2424 (julho a outubro) subiram para 14,394 milhões de sacas, apresentando evolução de 16% sobre idêntico período na temporada antecedente. No acumulado de janeiro ao fim de outubro de 2023, as remessas de café do Brasil ao exterior totalizaram 30,624 milhões de sacas, recuando 5,5% em relação às exportações brasileiras nos 10 primeiros meses de 2022.

Até hoje, dia 17, os embarques de novembro estavam em 1.433.127 sacas de café arábica, 315.396 sacas de café conilon, mais 83.141 sacas de café solúvel, totalizando 1.831.664 sacas embarcadas, contra 1.628.794 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 17, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.360.745 sacas, contra 1.934.598 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 17, caiu, nos contratos para entrega em março próximo, 390 pontos ou US$ 5,16 (R$ 25,30) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 10, a R$ 1.108,84 por saca, e sexta-feira, dia 17, a R$ 1.081,28. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 455 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes as cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 940/960,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 910/940,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 890/910,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 820/840,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 800/820,00 – RIADOS.
R$ 750/800,00 – RIO.
R$ 780/790,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 780/790,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,9050, PARA COMPRA

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