Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 89 – n° 50
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Santos, sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, apresentaram alta forte e consistente nos quatro primeiros dias desta semana. Hoje – com a divulgação pela Green Coffee Association (GCA) dos estoques americanos de café verde no final de novembro último, em alta de 1,1% – fundos e especuladores interessados em resultados de curto prazo aproveitaram para realizar lucros e derrubaram as cotações na ICE.  

Os contratos para março próximo, que de segunda-feira até ontem, quinta-feira, somaram alta de 1.360 pontos, rompendo com  facilidade o patamar de US$ 1,70 por libra peso, hoje bateram em US$ 1,7380, na máxima do dia, e fecharam em queda de 735 pontos, a US$ 1,6440 por libra peso. Ontem, subiram 360 pontos. No balanço desta semana, a alta acumulada foi de 625 pontos. Na sexta-feira passada, esses contratos fecharam a US$ 1,5815 por libra peso, somando queda de 445 pontos na semana. 

No quarto e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a atual safra brasileira de café 2022/2023, de bienalidade positiva, divulgado ontem, a colheita brasileira de café alcançou 50,9 milhões de sacas de 60 kg. O volume é 500 mil sacas maior que o estimado no relatório anterior, de setembro, e representa um aumento de 6,7% ante o ciclo 2021/22, de bienalidade negativa. Na  comparação com 2020/21, última safra de bienalidade positiva, houve redução de 19,3% ou 12,1 milhões de sacas. Conforme a Conab, adversidades climáticas, como déficit hídrico e geadas durante o desenvolvimento da cultura no país, foram as responsáveis pela queda em relação a 2020/21. A produção de café arábica ficou em 32,7 milhões de sacas, com acréscimo de 500 mil sacas em relação à estimativa anterior, em setembro, e de 4,1% na comparação com a safra anterior. A produção de conilon chegou a 18,1 milhões de sacas de café, 200 mil  a mais que o calculado na última estimativa e 11,7% acima de 2021/22. 

Continua a disputa de “narrativas” sobre o tamanho da próxima safra brasileira. Parte dos operadores e analistas no exterior está trabalhando com o cenário de que, em 2023, o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, terá uma safra de arábica com números de produção próximos aos das safras 2021 e 2022. No entanto, sempre aparecem vozes no mercado internacional e no Brasil falando em uma grande safra brasileira de café no próximo ano. Os cafeicultores e agrônomos brasileiros, que acompanham de perto o dia a dia dos cafezais,  estimam que a safra 2023 de arábica terá um volume semelhante ao da safra deste ano. Conscientes deste fato e da forte alta dos custos de produção, os cafeicultores não aceitam a queda dos preços nos últimos meses e permanecem fora do mercado físico, vendendo apenas o mínimo possível do que resta de seus estoques para fazerem frente a compromissos mais próximos.  

Os interesses envolvidos são grandes e continuaremos ouvindo muitas “estimativas” sobre a próxima safra brasileira de café, e enfrentando muito “sobe e desce” nas cotações do café na ICE em Nova Iorque. 

O consumo global de café deve aumentar de 1% a 2% ao ano até o final da década, de acordo com Vanúsia Nogueira, Diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC). Vanúsia estima que será necessário a produção mundial de café crescer cerca de 25 milhões de sacas de 60 kg nos próximos oito anos. “Estamos mais conservadores agora para uma projeção de curto prazo”, disse, referindo-se a todos os eventos que o mundo está enfrentando, incluindo a alta inflação na Europa e a guerra na Ucrânia, durante conferência em Hanói, realizada pela Associação Café-Cacau do Vietnã (Bloomberg). 

Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram 10.971 sacas hoje. Estão em 753.981 sacas. Há um ano, eram de 1.554.138 sacas, caindo, neste período, 800.157 sacas. 

O dólar fechou hoje a R$ 5,2940, em baixa de 0,41%. Ontem, caiu 0,19%. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,2460, em alta de 0,59%. 

Em reais por saca, os contratos de café para março próximo na ICE, em Nova Iorque, fecharam o pregão hoje a R$ 1.151,28. Ontem, encerraram o dia a R$ 1.207,75. Fecharam a sexta-feira passada em R$ 1.097,47 por saca. 

O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo, com poucos vendedores, por toda a semana. Os compradores subiram suas ofertas, mas as bases de preço oferecidas continuaram não estimulando os vendedores. Foram poucos os negócios fechados frente ao tamanho do mercado brasileiro de café. 

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que no último mês de novembro foram embarcadas 3.673.000 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 14% (457.405 sacas) a mais do que no mesmo mês de 2021 e 3,4% (122.389 sacas) a mais do que no último mês de outubro. Foram 3.298.531 sacas de café arábica e 98.995 sacas de café conilon, totalizando 3.397.526 sacas de café verde, que somadas às 272.604 sacas de solúvel e 2.870 sacas de torrado, totalizaram 3.673.000 sacas exportadas em novembro último. 

Até dia 16, os embarques de dezembro estavam em 966.076 sacas de café arábica, 15.289 sacas de café conilon, mais 45.797 sacas de café solúvel, totalizando 1.027.162 sacas embarcadas, contra 1.275.547 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 1.634.372 sacas, contra 1.801.120 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 16, subiu, nos contratos para entrega em março próximo, 625 pontos ou US$ 8,26 (R$ 43,77) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 9, a R$ 1.097,47 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 16, a R$ 1.151,28. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 735 pontos. No mercado estável de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém: 

R$ 1140/1180,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO. 
R$ 1100/1140,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS. 
R$ 1050/1100,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS. 
R$ 940/980,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS. 
R$ 900/940,00 – RIADOS. 
R$ 900/930,00 – RIO. 
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA. 
R$ 850/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA. 

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,2940 PARA COMPRA.

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