Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 90 – n° 24
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Santos, sexta-feira, 16 de junho de 2023

O mercado de café trabalhou em queda esta semana. Os operadores de mercado e as grandes torrefações internacionais continuam apostando que a nova safra brasileira resolverá sozinha os problemas no abastecimento mundial de café.

Grandes torrefações e traders estão usando o que resta de seus estoques, aguardando a entrada da nova safra brasileira. Acreditam que assim, com a oferta de uma safra maior, terão preços melhores para se abastecerem.

Hoje, os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres, trabalharam em baixa. Em Nova Iorque, os contratos para julho próximo bateram em US$ 1,8830 na máxima do dia e encerraram o pregão desta sexta-feira em queda de 210 pontos, a US$ 1,8490 por libra peso. Ontem, terminaram o dia em alta de 260 pontos, a US$ 1,8700 por libra peso. No balanço desta semana, esses contratos caíram 575 pontos. Subiram, na semana passada, 1.035 pontos, encerrando a sexta-feira a US$ 1,9065 por libra peso.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos para setembro próximo recuaram, hoje, 10 dólares e fecharam a semana a US$ 2,747 por tonelada. Ontem, trabalharam em alta forte, fechando o dia com ganhos de 63 dólares, valendo 2.757 dólares por tonelada. Nesta semana, esses contratos subiram 45 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na bolsa de Nova Iorque caíram hoje mais 998 sacas. Há um ano eram de 998.627 sacas, quando já eram considerados baixos e muito preocupantes. Caíram, neste período, 453.300 sacas. Estão em 545.327 sacas. Nesta semana, somaram queda de 5.052 sacas. Na semana passada, esses estoques recuaram 23.129 sacas. No mês de maio, caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda foi de 62.731 sacas. Chegam informações ao mercado que o ritmo de queda desses estoques está diminuindo em razão dos cafés certificados restantes serem da América Central, de algumas safras atrás, recertificados pela ICE.

O dólar fechou hoje em alta de 0,35%, a R$ 4,8200. Ontem, terminou o dia em queda de 0,06%, a R$ 4,8030. Na sexta-feira passada, encerrou a semana a R$ 4,8760.

Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE, em NY, fecharam, hoje, valendo R$ 1.178,90. Ontem, encerraram a R$ 1.188,09. Na sexta-feira passada, fecharam a R$ 1.229,69, e, na quinta-feira, terminaram o dia valendo R$ 1.269.15.

Desde a última sexta-feira, com o dólar em queda frente ao real e os contratos de café em Nova Iorque em baixa, o mercado físico brasileiro vem se apresentando calmo, com poucos produtores dispostos a vender nas bases oferecidas pelos compradores. O número de negócios fechados é pequeno para esta época de início de colheita. O volume de café da safra 2022, ainda em mãos de produtores, é baixo. Os estoques de passagem da safra brasileira 2022 serão, com certeza, os menores deste século.

A colheita da nova safra continua progredindo e, até a última semana, a do robusta já somava 22% do volume total previsto no Espírito Santo e 60% em Rondônia. Já na área da Cooxupé, a colheita atinge 17% da área e é uma das regiões com a colheita mais avançada no centro-sul. Nesta semana, o tempo úmido impactou as atividades no campo (Climatempo).

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que no último mês de maio foram embarcadas 2.448.275 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 17,4% (516.447 sacas) menos que no mesmo mês de 2022 e 11% (303.765 sacas) menos que no último mês de abril. Foram 1.987.539 sacas de café arábica (queda de 24,6 % em relação a abril de 2022) e 131.689 sacas de café conilon, totalizando 2.119.228 sacas de café verde, que somadas às 326.009 sacas de solúvel e 3.038 sacas de torrado, totalizaram 2.448.275 sacas exportadas em maio último.

O Brasil exportou 13,6 milhões de sacas de café no acumulado do ano até maio, 19,3% menos que no mesmo período de 2022 e 24% menos que de janeiro a maio de 2021. De julho/21 até maio/22 do atual ano safra 2022/2023, o Brasil exportou 32.976.525 sacas, 9% (3 524 704 sacas) menos que as 36.501.229 sacas exportadas no mesmo período do ano safra 2021/2022. Em relação ao ano safra 2020/2021, quando de julho/20 a maio/21 foram colocadas a bordo 42.597.308 sacas, a queda foi de 22,6% ou 9.620.783 sacas.

Até dia 16, os embarques de junho estavam em 846.803 sacas de café arábica, 55.180 sacas de café conilon, mais 119.826 sacas de café solúvel, totalizando 1.021.809 sacas embarcadas, contra 733.304 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.161.236 sacas, contra 1.024.528 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 16, caiu, nos contratos para entrega em julho próximo, 575 pontos ou US$ 7,61 (R$ 36,66) por saca em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam, no dia 9, a R$ 1.229,69 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 16, a R$ 1.178,90. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 210 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2022/2023, condição porta de armazém:

R$ 1030/1070,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1010/1030,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 970/1010,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 920/940,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 900/920,00 – RIADOS.
R$ 900/920,00 – RIO.
R$ 880/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 880/900,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,8200 PARA COMPRA.

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