Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 90 – n° 26
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Santos, sexta-feira, 30 de junho de 2023

O ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli faleceu ontem, aos 86 anos. Paolinelli se tornou uma personalidade mundial quando recebeu, em 2006, o prêmio World Food Prize, o equivalente ao Nobel da Alimentação. A premiação foi um reconhecimento ao trabalho feito por ele como Ministro da Agricultura, na liderança que levou à transformação do solo árido do Cerrado em terras agrícolas altamente produtivas, hoje responsáveis pela maior parte da produção de grãos do Brasil.

Como ministro, ele priorizou a ciência e estruturou a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, criada em 1972. Ele atraiu para a Embrapa os melhores cérebros das universidades e órgãos de assistência técnica do país, oferecendo mais de 2 mil bolsas de estudo para Mestrado e Doutorado nas melhores universidades de ciências agrárias do mundo.

Paolinelli deixa um grande legado ao agro brasileiro. Sua liderança e trabalho transformou o Brasil, em poucos anos, de importador de alimentos em um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

O ex-Ministro Roberto Rodrigues, outro grande líder de nosso agronegócio, o definiu assim: “Paolinelli é o visionário da maior revolução agrícola tropical sustentável, um grande construtor da paz, pois alimento é paz, sustentabilidade é paz” (fonte: Revista Globo Rural).

Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque e na ICE Europe em Londres, tiveram mais uma semana de queda.

Sem previsão de frio forte para as próximas semanas – e, como é natural, com a colheita deslanchando neste final de junho – fundos e especuladores diminuem suas posições em Nova Iorque e Londres, derrubando as cotações. As cotações nas duas bolsas também estão sendo pressionadas por estimativas da safra brasileira de café, lançadas no mercado por analistas e entidades privadas, que falam em produção brasileira em 2023 de até 66 milhões de sacas.

Hoje, em Nova Iorque, as cotações dos contratos de café fecharam em baixa, finalizando mais uma semana negativa. Os contratos para setembro próximo bateram em US$ 1,6350 na máxima do dia e encerraram o pregão em queda de 260 pontos, a US$ 1,5900 por libra peso. Ontem recuaram 35 pontos e anteontem caíram 500 pontos. Na terça-feira, apresentaram alta de 180 pontos e, na segunda, subiram 30 pontos. No balanço desta semana, caíram 580 pontos. No acumulado da semana passada, perderam 1.590 pontos e, na semana anterior à passada, esses contratos para setembro recuaram 590 pontos. Foram 2.760 pontos em três semanas.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos para setembro próximo fecharam hoje em baixa de 79 dólares, a US$ 2 491 por tonelada. Ontem tiveram queda de 46 dólares. Anteontem recuaram 99 dólares. Na terça-feira, encerraram o dia em alta de 5 dólares, e, na segunda-feira, subiram 34 dólares. Perderam 185 dólares por tonelada na semana. Na sexta-feira passada, esses contratos fecharam valendo 2.676 dólares por tonelada. Acumularam queda de 71 dólares na semana passada.

Os estoques de cafés certificados na ICE americana caíram, hoje, mais 904 sacas. Estão em 544.915 sacas. Há um ano eram de 887.431 sacas, quando já eram considerados baixos e muito preocupantes. Caíram, neste período, 342.516 sacas. Nesta semana, a queda acumulada foi de 1.735 sacas. Esses estoques subiram, na semana passada, 1.323 sacas. Na semana anterior, somaram queda de 5.052 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda foi de 62.731 sacas. Chegam informações ao mercado de que o ritmo de queda diminuiu, em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, desmerecidos, de algumas safras atrás, recertificados, e depositados na Europa.

O dólar fechou hoje em baixa de 1,20%, a R$ 4,7890. Ontem, terminou em queda de 0,02%, a R$ 4,8470. Anteontem subiu 1.02%. Na sexta-feira passada, fechou em alta de 0,13%, a R$ 4,7780. Na sexta-feira anterior, fechou em alta de 0,35%, a R$ 4,8200.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, encerraram o dia a R$ 1.007,25. Ontem, fecharam a R$ 1.036,12. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 1.041,91. Na sexta-feira anterior encerraram a semana a R$ 1.152,44.

No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas ao longo da semana, acompanhando o recuo das cotações em Nova Iorque e em Londres. Mais uma vez, o mercado físico brasileiro permaneceu quieto. A grande maioria dos produtores se recusa a vender nas bases aviltadas oferecidas pelo mercado. Os poucos negócios fechados foram de produtores que precisam fazer caixa rapidamente para enfrentar as despesas de colheita, mas o volume foi irrisório para esta época de entrada de safra. O volume de café da safra 2022 ainda em mãos de produtores é baixo. Os estoques de passagem da safra brasileira 2022 serão, com certeza, os menores em muitas dezenas de anos. Os estoques mundiais também estão historicamente baixos.

A rápida passagem de uma frente fria pela costa do Brasil gera nebulosidade sobre a faixa leste do Sudeste, mas esse sistema não deve provocar mudanças significativas sobre o interior da região e não deve provocar chuvas sobre áreas produtoras do interior de São Paulo e Minas Gerais. O tempo seco continua predominando sobre a maior parte das áreas produtoras e vai se manter favorável às atividades de colheita ao longo da próxima semana. A passagem da frente fria pela costa do Brasil deve favorecer a propagação de instabilidades sobre regiões costeiras do Sudeste até o sábado (01/07) e, com isso, deve voltar a chover de forma fraca e isolada sobre o Espírito Santo, especialmente entre esta sexta-feira e o final de semana. Episódios isolados também devem se propagar até as áreas produtoras do sul da Bahia. A curto prazo, não há previsão para frio extremo sobre as áreas produtoras do centro-sul do Brasil e, neste ano, o risco para frio rigoroso tende a ser cada vez menor, devido a rápida intensificação do fenômeno El Niño (Climatempo).

Até dia 30, os embarques de junho estavam em 1.877.709 sacas de café arábica, 180.084 sacas de café conilon, mais 269.367 sacas de café solúvel, totalizando 2.327.160 sacas embarcadas, contra 1.945.931 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 30, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.478.336 sacas, contra 2.338.896 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 30, caiu, nos contratos para entrega em julho próximo, 585 pontos ou US$ 7,74 (R$ 37,06) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam, no dia 23, a R$ 1.041,91 por saca, e hoje sexta-feira, dia 30, a R$ 1.007,25. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 260 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 950/1000,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 870/920,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 820/850,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 780/800,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 780/800,00 – RIADOS.
R$ 780/800,00 – RIO.
R$ 770/800,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 770/800,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,7890 PARA COMPRA.

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