Na última quinta-feira (11), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) apresentou, durante uma transmissão on-line, o Balanço do Agronegócio de Minas Gerais 2020. A apresentação foi conduzida pela secretária de Agricultura, Ana Maria Valentini. Na oportunidade, ela lembrou o quanto o ano de 2020 foi desafiador para todos.

“Mas a agropecuária não passou um dia sequer sem produzir. Nossos produtores continuaram levantando de madrugada para assegurar o abastecimento da população. Os extensionistas da Emater-MG permaneceram orientando os agricultores, a Epamig continuou suas pesquisas e a aplicação de tecnologias e, com o mesmo empenho, os servidores do IMA asseguraram a fiscalização e a segurança dos alimentos produzidos. Também se mantiveram firmes os nossos olericultores, fruticultores, produtores de ovos, leite e carne para que as nossas mesas continuassem fartas e abastecidas”, completou Ana Valentini.

Esta é a primeira edição do documento, que traz um consolidado de informações sobre o desempenho dos principais produtos agropecuários do estado em formato dinâmico, com infográficos e linguagem simples, de fácil entendimento.

Dividido por cadeias produtivas, o Balanço traz uma série de indicativos como produção, produtividade, exportações, Valor Bruto da Produção (VBP), crédito rural, entre outros. Café, cana-de-açúcar, grãos, frutas, olerícolas, pecuária e silvicultura são algumas das cadeias produtivas que tiveram seus dados apresentados no documento.

O superintendente de Economia e Inovação Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Bovo, explica que a proposta do Balanço do Agronegócio de Minas Gerais é trazer uma radiografia de como se comportou a agropecuária no estado, com base em dados de diversas fontes, como o Banco Central, IBGE, Conab, Emater-MG, entre outros.

“Esse documento foi produzido ao longo de todo o ano de 2020. Fomos analisando, trabalhando e montando todos estes recortes sobre os principais produtos da nossa cadeia produtiva. Agora em fevereiro, de posse dos dados relativos a janeiro, já iniciamos a produção do Balanço de 2021”, detalha o superintendente.

De acordo com o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, os bons resultados só foram garantidos graças aos investimentos feitos no agro mineiro ao longo do tempo: “nós tínhamos um histórico de desenvolvimento, dessa visão empreendedora dos produtores, o que, mesmo em um ano de crise, contribuiu para que os setores continuassem trabalhando e garantindo o abastecimento. Foi um ano de superação”.

Clique aqui para conferir na íntegra o Balanço do Agronegócio de Minas Gerais 2020.

Números

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, que é o indicador que representa uma estimativa da geração de renda no meio rural, alcançou seu maior valor em Minas, com R$ 96,1 bilhões, aumento de 27% em relação a 2019.

As exportações do agro mineiro também alcançaram números expressivos, conquistando o maior volume exportado da história e a segunda maior receita, com 12,7 milhões de toneladas e US$ 8,7 bilhões. O agronegócio foi responsável por 43,5% de todo o faturamento do estado.

Também houve recorde na safra de grãos 2019/2020, com um volume de 15,4 milhões de toneladas, o que equivale a um crescimento de 5,8% em relação à safra anterior. Foram 3,5 milhões de hectares de área plantada e um ganho de 4,7% na produtividade.

O crédito rural, financiamento destinado a produtores rurais cujas atividades envolvam a produção e/ou comercialização de produtos do setor agropecuário, chegou à marca de R$ 24,76 bilhões em Minas Gerais, no período de julho de 2019 a junho de 2020. A quantia foi 15% maior que a registrada no mesmo período da safra 2018/2019.

Café, cana e grãos

Maior produtor de café do País, com participação em 54% do total nacional, Minas teve uma safra recorde em 2020, com 34,6 milhões de sacas beneficiadas, apesar do atraso na colheita devido às restrições impostas pela prevenção ao Coronavírus. O volume foi 36,3% maior e a produtividade teve um aumento de 28,7% em comparação com o ano anterior.

Além disso, o café, carro-chefe da agricultura mineira, também se destacou na balança comercial, representando, atualmente, 39% da pauta de exportações do agronegócio do estado, com US$ 2,24 bilhões de receita e 12,5 milhões de sacas embarcadas.

A cana-de-açúcar, outro produto destacado pelo Balanço, sofreu uma redução de 3,2% na área em produção, quando comparada à safra anterior. Apesar disso, graças às melhores condições climáticas apresentadas ao longo da safra e do uso de tecnologias, houve aumento 62,3% no volume exportado (3,7 milhões de toneladas) e 62,1% na receita (US$ 1,1 bilhão).

O complexo da soja também teve números expressivos em 2020, principalmente na exportação, que totalizou US$ 1,8 bilhão, aumento de 20,8% em comparação ao ano anterior. O volume exportado chegou a 5 milhões de toneladas, incremento de 26,6%.

Frutas e olerícolas

Minas Gerais é o 4º maior produtor de frutas do Brasil, abrigando 128 mil hectares. A produção de frutas é bem diversificada, abastecendo o mercado interno e atendendo à demanda internacional. O VBP das Frutas atingiu uma receita de R$ 2,8 milhões em 2019, representando 7,97% do VBP agrícola de Minas.

As cinco principais frutas produzidas no estado foram laranja, banana, tangerina, abacaxi e manga. O estado ainda se destaca no ranking nacional com a maior produção de morango e marmelo, 2º maior produtor de abacate, laranja, limão e tangerina, e 3º maior produtor de banana e abacaxi.

Minas também é o segundo maior produtor nacional de hortaliças, com uma área plantada superior a 130 mil hectares e volume produzido estimado em 4 milhões de toneladas, gerando cerca de 325 mil empregos diretos. Os produtores mineiros são líderes na produção de alho e batata, além de ocuparem lugar de destaque na produção das olerícolas mais importantes para o Brasil, como tomate, cebola, cenoura, brócolis e mandioquinha-salsa.

Pecuária

Dona do terceiro maior rebanho bovino do Brasil, a pecuária de Minas se destacou ao representar 36,5% do VBP do estado e, em 2020, houve crescimento de 20,9% em relação ao ano anterior, com uma receita de R$ 33,2 bilhões.

Correspondendo a 77% de todas as carnes exportadas, a bovina registrou um incremento de 7% no valor e de 4,4% no volume exportado, totalizando US$ 647,7 milhões e 154,3 mil de toneladas. A carne suína também teve bons números, com US$ 34,3 milhões e 18,3 mil toneladas, chegando a 77,5% de crescimento.

Silvicultura

Minas Gerais seguiu registrando a maior área coberta com espécies florestais plantadas do País, superando os 2 milhões de hectares, um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior, sendo sua quase totalidade de eucalipto.

A produção do estado chegou a R$ 4,4 bilhões (28,3% da receita nacional da silvicultura). Minas também é o maior produtor de carvão vegetal do País, respondendo por 86,8% do volume nacional.

As informações são da Agência de Minas.

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