Membros do setor cafeeiro levantaram preocupações sobre o baixo consumo de café na África, apesar de ser o segundo continente mais populoso. As partes interessadas que participaram da primeira cúpula do Café Africano do G25, em Nairóbi, observaram que, apesar de produzir 12% do café global, apenas 30% da população consome o produto.

Eles disseram que é hora da África intensificar, unir-se regionalmente, e criar um ambiente atrativo para promover o consumo de café. Benson Apuoyo, vice-diretor da Autoridade Agrícola e Alimentar (AFA) no Quênia, observou que o consumo global de café continua aumentando devido à demanda, mas infelizmente não há crescimento na África. “É crucial acelerar o consumo doméstico de café nos mercados inexplorados da África para o desenvolvimento socioeconômico geral”, disse durante a cúpula, acrescentando que mais de 95% dos grãos quenianos são exportados para o mercado internacional.

O responsável da AFA revelou que o Quênia começou a promover o consumo abrindo cafés em duas universidades. Apuoyo disse que, até agora, a AFA também está negociando com mais cinco universidades para que outras instituições também possam aderir. De acordo com ele, até agora existem 506 cafés funcionando em todo o país, e há planos para abrir mais.

Segundo Adugna Debele, diretor-geral da Autoridade de Café e Chá da Etiópia (ECTA), a África consome 9.800 toneladas, enquanto a Europa consome 55.625 toneladas anualmente. Ele disse que o consumo de café na Etiópia ficou em 50% nas últimas duas décadas, o que significa que a geração mais jovem não está consumindo.

Para ele, os governos devem pensar em maneiras inovadoras de fazer com que o café atraia a população, aumentando a renda dos países e melhorando os meios de subsistência dos agricultores, e observou que há necessidade de aumentar o consumo doméstico de café, induzindo a geração mais jovem. O diretor-geral disse que a Etiópia estabeleceu uma faculdade onde os alunos são ensinados a torrar, moer e embalar café.

Solomon Rutega, secretário-geral da Organização Inter-Africana do Café (IACO), revelou que a organização está preocupada com a baixa taxa de consumo e lançou o treinamento inter-africano sobre torrefadores. Ele acrescentou que a IACO está trazendo mulheres e jovens do setor cafeeiro para ajudar a popularizar o consumo no continente.

Mais de 500 delegados de 25 países africanos produtores de café reuniram-se em Nairóbi na primeira cúpula africana do café para reavaliar o desempenho geral do setor no continente, com especialistas pedindo às nações africanas que melhorem a infraestrutura para facilitar a venda do produto.

As informações são do Kenya News Agency / Tradução Juliana Santin

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