A deficiência de magnésio (Mg) tem sido muito problemática nas lavouras de café. Ela aparece mais na fase de granação dos frutos, quando o nutriente é deslocado das folhas. As folhas velhas mostram sintomas típicos de amarelecimento na área entre as nervuras secundárias, as quais permanecem verdes. Com o passar do tempo, essa área assume cor alaranjada e até castanha, ocorrendo, ainda, desfolha e seca de ramos.

As deficiências de Mg estão associadas aos solos ácidos, sem calagem, ou com uso de calcário pouco solúvel. A situação de desequilíbrio do Mg, em relação ao K e Ca, os quais são antagônicos a ele, é frequente, pois tem ocorrido excessos na adubação potássica, com o uso de doses constantes e elevadas de K2O.

Nas variedades de café em campo, verifica-se que algumas se mostram mais deficientes em Mg. Aqueles que apresentam maturação mais precoce e uniforme, como o bourbom, o mundo novo e o acaiá, mostram-se mais deficientes pela maior concentração na exigência do nutriente. A cultivar catuaí mostra menor deficiência.

Materiais de café oriundos de híbridos com robustas, como os icatus, e híbridos destes com o catuaí, como o catucaí, também têm apresentado maiores deficiências de Mg. Mais recentemente a cultivar arara tem aparecido com folhas mais deficientes, por razões semelhantes, pois tem origem dupla de robusta, através do sarchimor e também pelo icatu, que lhes deram origem.

Veja que cafeeiros da variedade conilon se mostram muito deficientes em Mg. Em trabalho realizado na Fazenda Experimental de Varginha (MG) verificou-se, na comparação por análise foliar, que o teor de Mg no robusta/conilon sempre se encontrava mais elevado em relação ao cultivar arábica, na mesma área.

Nas lavouras das cultivares mais sensíveis à deficiência de Mg, conforme aqui apresentadas, deve-se tomar mais cuidado no suprimento desse nutriente.


Técnicos observam em cafeeiros arara, com alta produtividade, sintomas foliares de deficiência de magnésio


Sintomas típicos de deficiência de Mg em folhas de cafeeiros da cultivar arara, em Varginha (MG), com área amarelada entre nervuras secundárias das folhas mais velhas

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