O recuo do presidente Trump, tanto nos ataques a Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), como sinalizando também que tarifas contra a China não serão de 145%, levou os ativos de risco nos EUA a uma semana de alta e recuperação. Nesse ambiente, os fundamentos do mercado de café comandaram até ontem a movimentação dos contratos de arábica na ICE Futures US, que trabalharam em forte alta.
Após a diminuição das tensões nos últimos dias, os sinais confusos, contraditórios, de EUA e China na guerra tarifária, acentuaram nesta sexta-feira a volatilidade nos mercados e nas bolsas. Esse cenário pesou nas cotações do café em Nova Iorque e Londres, que trabalharam na sexta (25) com muita volatilidade.
Os contratos de arábica para julho próximo na ICE Futures US romperam a barreira dos quatro dólares, bateram em US$ 4,1050 por libra peso na máxima do dia, mas terminaram o pregão a US$ 3,9985, em alta de 105 pontos. Os contratos de robusta na ICE Europe fecharam o pregão desta sexta (25) com pequenas baixas.
O balanço da semana foi acentuadamente positivo para os contratos de café, em Nova Iorque e Londres. Apesar do ambiente de negócios melhor nos últimos dias, o quadro global continua o mesmo, de enormes incertezas. Teremos de aguardar o desenvolvimento das negociações, convivendo com muita volatilidade nos mercados mundiais, em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano. É impossível prever o que acontecerá nas próximas semanas.
No mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos, com baixos estoques globais e seguidos problemas climáticos. Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram nesta sexta 1.470 pontos entre a máxima e a mínima. Romperam a barreira dos 4 dólares por libra peso, batendo em US$ 4,1050 na máxima do dia, em alta de 1.170 pontos.
Fecharam valendo US$ 3,9985 com ganhos de 105 pontos. Na quinta (24), subiram 1.305 pontos e na quarta (23), 1.300 pontos. Na terça (22) tiveram ganhos de 820 pontos e na segunda (21) caíram 805 pontos. No balanço da semana passada subiram 2.725 pontos, 7,31%. Na semana anterior, esses contratos subiram 1.900 pontos e na semana anterior a ela, recuaram 970 pontos. Em 2025, até o fechamento de sexta (25), estes contratos para julho próximo somam alta de 9.140 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho próximo bateram, na máxima do dia 25, em 5.488 dólares por tonelada, em alta de 61 dólares. Fecharam o pregão valendo 5.415 dólares, em queda de 12 dólares. Na quinta (24), subiram 65 dólares e na quarta (24),105 dólares. Na terça passada recuaram 20 dólares e, na segunda, não houve pregão em Londres. Somaram alta de 138 dólares na semana passada. Subiram 228 dólares na semana anterior e recuaram 79 dólares na semana anterior à ela. Em 2025, até dia 25, esses contratos de robusta para julho próximo acumulam alta de 688 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures subiram hoje 6.095 sacas. Estão em 822.021 sacas. Há um ano, eram 661.492 sacas. Subiram nesse período 160.529 sacas. Somaram alta na semana passada de 26.433 sacas e na semana anterior, de 11.029 sacas. Subiram na semana anterior à ela 13.545 sacas. No mês de março, recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro, caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro, a queda foi de 112.385 sacas. Nos três primeiros meses de 2025 acumularam perdas de 209.491 sacas.
O dólar completou na sexta (25) o sexto pregão consecutivo de queda frente ao real, recuou 2% na semana. Caiu nesta sexta 0,07%, fechando o dia a R$ 5,6880. Encerrou a quinta-feira anterior a R$ 5,8040 e a sexta-feira anterior à ela a R$ 5,8710.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US subiram 5,2% na semana que terminou. Fecharam sexta (25) valendo R$ 3.008,51. Terminaram a última quinta-feira valendo R$ 2.860,65 e encerraram a sexta anterior à passada a R$ 2.746,11.
Com a forte alta na semana em Nova Iorque, o mercado físico brasileiro movimentou-se mais e o valor das ofertas subiu. O volume de negócios fechados cresceu, mas continua abaixo das necessidades dos compradores. Há interesse comprador para todos os padrões de café, mas lotes de café da safra 2024 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixo, e nas bases de preços oferecidas, esses cafeicultores relutam em vender.
Até dia 25, os embarques de abril estavam em 1.797.225 sacas de café arábica, 77.383 sacas de café conilon, mais 195.725 sacas de café solúvel, totalizando 2.070.333 sacas embarcadas – contra 2.334.908 sacas no mesmo dia de março.
Até dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 2.473.147 sacas, contra 2.872.994 sacas no mesmo dia do mês anterior.