Por Lívia Andrade

Hoje (8), às 15h, no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, faz o lançamento oficial das Rotas do Café de São Paulo, uma iniciativa para promover as regiões cafeeiras do estado, que une as secretarias do Turismo, Cultura, Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Casa Civil e a Agência Investe SP. “A Rota do Vinho, lançada no ano passado, nos inspirou a dar prosseguimento com outras cadeias. Apresentamos a proposta do café ao Turismo e eles gostaram, porque queriam há algum tempo impulsionar o turismo rural”, diz José Carlos de Faria Júnior, coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da Agricultura.

A cadeia do café foi escolhida por sua importância para o estado. Historicamente, o grão está relacionado ao desenvolvimento econômico, à colonização e à fundação dos municípios de São Paulo. Segundo dados governamentais, em 2024 a produção de café no estado foi avaliada em 5,4 milhões de sacas beneficiadas. “Nos últimos anos, São Paulo perdeu protagonismo para os outros estados. A rota faz parte deste movimento de apresentar os cafés de qualidade do estado, os cafés especiais, e as pessoas que fazem a diferença em cada região”, diz Raquel Nakazato Pinotti, assessora de pesquisas das Câmaras Setoriais.

Neste primeiro momento, as regiões que serão exploradas nos roteiros turísticos são: Mogiana, Mantiqueira Vulcânica, Circuito das Águas, Cuesta e Alta Paulista. Além dessas, há os destinos cafeeiros e outras vivências do café, que englobam experiências de integração com a natureza, turismo de negócios e fazendas-modelo, como as de café canéfora no oeste do estado, que fazem parte do Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea Canephora.

O processo de seleção das propriedades rurais que integram as Rotas do Café começou em agosto de 2024, quando a Secretaria de Agricultura enviou para as regiões cafeeiras um questionário para saber quais cafeicultores tinham interesse em abrir o sítio ou a fazenda para o turismo rural. 

Na sequência, a Secretaria de Turismo fez um filtro das informações, selecionando e categorizando 141 propriedades rurais aptas a abrir as portas para o turismo. “Desde o início, as Rotas do Café têm por objetivo ajudar os produtores, especialmente os pequenos e médios, a ter uma renda a mais com a propriedade e promover o desenvolvimento regional com o turismo, que fomenta outros setores, como hotelaria e gastronomia”, diz Faria Júnior. Juntamente com uma rota vem outros benefícios, como verbas para melhoria da infraestrutura de estrada, asfaltos, placas de sinalização etc.

Na tarde desta terça, será lançada a publicação Rotas de Café de São Paulo, com a contextualização histórica da importância da cultura cafeeira para o estado ser, hoje, a capital financeira do Brasil e referenciais turísticos e agronômicos da cadeia produtiva do café. Só para se ter uma ideia, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) tem o maior banco de germoplasma de café do Brasil, um dos principais do mundo. E o Instituto Biológico de São Paulo está entre os pontos turísticos por abrigar o maior cafezal urbano do mundo. Todo ano, a instituição organiza o evento Portas Abertas, que marca o início da colheita do café, convidando o público urbano para colher o grão e fazer uma imersão no universo cafeeiro.

O potencial do turismo interno, turismo de experiências, veio à tona na pandemia. “São Paulo tem uma característica que facilita muito o deslocamento. Percorrendo 100, 200, 300 km, você roda por 30 cidades”, diz Faria Júnior. E, além disso, há regiões que concentram várias cadeias produtivas. Em algumas cidades, o turista poderá conhecer uma fazenda de café, uma vinícola, um lagar de azeite, um laticínio etc.

Com tanta diversidade, a ideia é catalisar o turismo rural no estado. “Até o fim do ano, queremos lançar as rotas da cachaça, do queijo e do mel”, finaliza José Carlos de Faria Júnior, Coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da Agricultura.



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