A primeira previsão para a safra brasileira de café em 2025 indica uma produção de 51,8 milhões de sacas, uma queda de 4,4% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (28).
Afetada pelo ciclo de baixa bienalidade e problemas climáticos como restrição hídrica e altas temperaturas durante a floração, a produtividade esperada é de 28 sacas por hectare – 3% inferior à de 2024. A área total dedicada ao cultivo de café no país cresceu 0,5%, totalizando 2,25 milhões de hectares, com 1,85 milhão em produção e 391,46 mil em formação.
A produção de café arábica no Brasil deve alcançar 34,7 milhões de sacas em 2025, registrando uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior. Esse resultado reflete o impacto do ciclo de baixa bienalidade e adversidades climáticas, particularmente em Minas Gerais, o principal estado produtor, onde a produção diminuiu 12,1%. Por outro lado, a produção de café conilon é projetada em 17,1 milhões de sacas, um aumento significativo de 17,2%, impulsionado pelos bons resultados no Espírito Santo, responsável por 69% da produção nacional dessa variedade.
Estimativas por estado
Minas Gerais – 24,8 milhões de sacas (- 11,6%)
Espírito Santo – 15,1 milhões de sacas (+ 9%), sendo com 11,8 milhões de conilon (+20,1%)
São Paulo – 4,6 milhões de sacas de arábica (- 19,6%)
Bahia – 3,4 milhões de sacas (+11,3%), sendo 2,2 milhões de conilon e 1,2 milhão de arábica
Rondônia – 2,2 milhões de sacas de canéfora (+6,5%)
Paraná – 675,3 mil sacas
Rio de Janeiro – 373,7 mil sacas
Goiás – 195,5 mil sacas
Mato Grosso – 267,6 mil sacas
Mercado
As previsões para a safra atual indicam uma maior restrição na oferta global de café, diante de estoques em níveis historicamente baixos e uma demanda crescente internacionalmente. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), espera-se que a produção mundial de café para o ciclo 2024/25 atinja 174,9 milhões de sacas – um aumento de 4,1% em relação à safra anterior.
O consumo global está projetado em 168,1 milhões de sacas, resultando em um estoque final de apenas 20,9 milhões de sacas, o mais baixo em 25 anos. Esse cenário vem impulsionando uma alta nos preços do café nos mercados internacionais, com os preços do arábica e robusta apresentando aumentos significativos nas bolsas de Nova Iorque e Londres, respectivamente.
Recorde histórico
Em 2024, o Brasil bateu um recorde histórico nas exportações de café, enviando 50,5 milhões de sacas para o mercado internacional – um aumento de 28,8% em relação ao ano anterior, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Essa performance resultou em uma receita de US$ 12,3 bilhões, um aumento de 52,6% comparado a 2023. Esse expressivo crescimento foi impulsionado principalmente pela valorização do café no mercado externo, em um contexto de oferta global restrita, e pela alta do dólar em relação ao real, que variou de R$ 4,91/US$ em janeiro para R$ 6,10/US$ em dezembro de 2024, representando uma variação de 24,1% no período.
Os estoques nacionais de café sofreram queda significativa, em parte devido ao aumento das exportações. Até o final do primeiro semestre de 2024, o volume armazenado era de apenas 13,7 milhões de sacas – uma redução de 24% em relação a 2023. Espera-se que os estoques continuem a diminuir em face da forte demanda internacional, um fenômeno que também tem sido observado globalmente.
Para informações detalhadas sobre a produção brasileira de café e análises de mercado, consulte o Boletim completo do 1º Levantamento de Café – Safra 2025, disponível no site da Companhia.