Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe tiveram forte valorização em janeiro, refletindo os fundamentos do mercado, que seguem inalterados. Os estoques seguem baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores, enquanto eventos climáticos extremos se sucedem em todo o mundo, sem perspectivas de alívio em 2025.

No Brasil, o aperto na oferta se acentuou no segundo semestre do ano-safra (janeiro a junho), levantando dúvidas sobre a capacidade de abastecimento do mercado interno e das exportações nos próximos meses. Além disso, a Conab divulgou, na última terça-feira (30), sua primeira estimativa para a safra 2025, apontando uma redução de 4,4% em relação à safra de 2024, o que impulsionou as cotações em Nova Iorque e Londres nesta última semana do mês.

Ao longo da semana, os compradores elevaram suas bases para aquisição de café no mercado físico brasileiro, e um volume maior de negócios foi fechado. No entanto, o montante ainda é considerado insuficiente para atender à demanda do consumo interno e das exportações.

O interesse comprador segue alto para todos os padrões de café, tanto para o mercado interno quanto para a exportação. No entanto, a oferta por parte dos produtores ainda é limitada, com vendedores demonstrando pouca disposição para negociar nas bases oferecidas.

Cotações

Na sexta-feira (31), os contratos de arábica para março na ICE Futures US quebraram um novo recorde em Nova Iorque. A oscilação entre a máxima e a mínima do dia foi de 1.485 pontos, com o preço atingindo US$ 3,8105 por libra-peso, um avanço de 765 pontos. No fechamento, o contrato encerrou a US$ 3,7785 por libra-peso, em alta de 445 pontos. No acumulado do mês, a valorização foi de 18,1% ou 5.810 pontos.

Convertendo para a moeda nacional, os contratos para março fecharam cotados a R$ 2.917,45 por saca.

Comparando sexta-feira (24) a sexta-feira (30), o avanço dos contratos para março foi de 3.030 pontos, ou US$ 40,08 (R$ 233,94) por saca.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para março atingiram na máxima do dia US$ 5.861 por tonelada, uma alta de US$ 127. No fechamento, a cotação recuou para US$ 5.718, com perda de US$ 16 no dia. No acumulado de janeiro, o avanço foi de US$ 797 por tonelada.

Estoques certificados

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US tiveram um recuo de 18.304 sacas na sexta-feira, totalizando 867.582 sacas. Há um ano, esse número era 249.829 sacas, o que representa um crescimento de 617.753 sacas no período. No entanto, no acumulado de janeiro, houve uma queda de 112.385 sacas.

Café solúvel

O café solúvel brasileiro alcançou números expressivos em 2024. Segundo a Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel), as exportações atingiram 4 milhões de sacas, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. O Brasil segue consolidado como o maior produtor e exportador global de café solúvel, com presença em cerca de 100 países.

Exportações e certificados de origem

Até 30 de janeiro, os embarques de café somavam:

  • 3.081.859 sacas de arábica
  • 266.028 sacas de conilon
  • 320.731 sacas de café solúvel
  • Total: 3.668.618 sacas embarcadas, contra 3.294.946 sacas no mesmo período de dezembro.

Os pedidos de certificados de origem para embarque em janeiro chegaram a 4.499.988 sacas, contra 3.887.909 sacas no mesmo dia do mês anterior.



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