Pesquisadores e técnicos do projeto “Rede estadual de avaliação de clones de café no estado de Rondônia – REDE CAFÉ” colheram, entre abril e julho, os frutos de 64 clones de café canéfora em unidades experimentais espalhadas pelo estado. O objetivo do projeto é avaliar as características agronômicas e morfológicas desses clones, que foram desenvolvidos por cafeicultores locais.

Segundo João Maria Diocleciano, analista da Embrapa, a colheita foi dividida em três etapas para classificar os clones de acordo com o ciclo de maturação: precoce, intermediário ou tardio. Essa estratégia permite uma análise detalhada do potencial produtivo de cada clone.

Produtividades acima da média 

Os resultados preliminares das colheitas superaram as expectativas: em todas as unidades experimentais, a produtividade média foi superior a 50 sacas por hectare. O destaque ficou para a unidade em São Miguel do Guaporé, que atingiu uma produtividade média de 100 sacas por hectare, um marco expressivo considerando que esta é a primeira safra de avaliação dos clones.

Além disso, 20% dos clones testados têm produtividade superior a 85 sacas por hectare. Em algumas localidades, ela chegou a ultrapassar 120 sacas por hectare, com registros de até 160 sacas por hectares. Esses números indicam que o projeto está conseguindo explorar o potencial máximo desses materiais, oferecendo novas perspectivas para a cafeicultura na região.

Os outros municípios envolvidos são Cacoal, Alta Floresta do Oeste, Ouro Preto do Oeste e Cujubim.

Próximas etapas e análises de qualidade

Depois da colheita, foram coletadas amostras dos 64 clones para análises de qualidade da bebida, ainda em andamento. As avaliações vão continuar nos próximos anos (safras de 2025, 2026 e 2027), para garantir a consistência dos resultados e aprimorar ainda mais as variedades de café desenvolvidas.

O projeto REDE CAFÉ é uma parceria entre a Embrapa e o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). Financiado pelo Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial do Estado de Rondônia (Fider), o projeto começou em 2021 e busca agregar valor, conhecimento e inovação aos cafés regionais. Outras entidades parceiras são Emater-RO, Seagri e prefeituras municipais.

O investimento do governo estadual é estratégico para o reconhecimento e valorização do café produzido em Rondônia. As pesquisas estão alinhadas com as demandas do setor cafeeiro do estado e buscam criar novos mercados para cafés únicos sensorialmente e sustentáveis cultivados na Amazônia.

O projeto também está integrado aos esforços do Consórcio Pesquisa Café, que visa encontrar soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela cafeicultura na região.

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