Doze origens de café participam da segunda edição do Connection Terroirs do Brasil, evento que acontece em Gramado (RS) até dia 31 (sábado) e que reúne 51 das 118 indicações geográficas brasileiras (confira a lista dos grãos participantes no fim do texto).
Além do café, produtos como espumantes (de Altos de Pinto Bandeira), queijo (da Serra da Canastra), arroz (do litoral gaúcho) e cacau de Rondônia estão arranjados em estandes distribuídos na rua Coberta, onde acontece a feira de negócios do evento, que conta ainda com workshops de gastronomia e palestras – estas, alocadas no Cine Embaixador, onde acontece o aclamado Festival de Cinema da cidade.
“As indicações geográficas são um instrumento de promoção ao desenvolvimento econômico, cultural e social”, resume Maria Isabel Guimarães, gestora estadual das indicações geográficas do Sebrae Paraná. O Sebrae é correalizador do Connection Terroirs do Brasil, organizado pela Rossi e Zorzanello. É um evento para promover os produtos de origem”, define Eduardo Zorzanello, CEO do evento.
Em sua palestra na manhã desta quinta (29), Maria Isabel destacou que, só em seu estado, 12 novos produtos estão com pedidos de indicação geográfica depositados no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Essa busca paranaense mostra a relevância que as indicações geográficas ganharam no país. Denominações de Origem, Indicações de Procedência ou Marcas Coletivas são estratégias que, cada qual a seu modo, criam valor para os produtos locais, preservam patrimônios culturais e desenvolvem o turismo local – este último, o outro cerne do evento, que busca interligar turismo às origens (cerca de setenta setores estão envolvidos na cadeia do turismo).
Mas, para um produto adquirir e manter seu valor, é preciso rastreabilidade. “O coração de uma indicação geográfica é o controle”, ensina Hulda Giesbrecht, coordenadora de negócios de base tecnológica e PI do Sebrae Nacional, em sua palestra “A origem é o nosso destino”, em que destacou a importância de uma plataforma de controle. “Esta plataforma começou com o café [produto que conta atualmente com 15 indicações geográficas] e a ideia é expandi-la para outros produtos, como mel e queijo”, explica Hulda.
A Digitalização das IGs de Café, iniciativa inédita no Brasil, é um sistema para controle e a rastreabilidade das regiões produtoras de café, além de servir como referência para a qualidade e origem dos grãos produzidos no país. Na quinta, a divulgação das origens do café contou com a presença da campeã brasileira de barismo de 2019, Martha Grill, e Carolina Franco, que degustou com o público as indicações geográficas do grão.
Para quem visitar o Connection Terroirs do Brasil (inscrições e mais informações aqui), há ainda um circuito gastronômico, e a credencial permite acesso gratuito em mais de dez parques da região – uma das muitas belezas de Gramado.
IGs de Café participantes:
Alta Mogiana
Canastra
Caparaó
Mantiqueira de Minas
Matas de Minas
Matas de Rondônia
Montanhas do Espírito Santo
Norte Pioneiro do Paraná
Região de Barça
Região de Pinhal
Região do Cerrado Mineiro (DO)
Sudoeste de Minas