A Colômbia está prestes a lançar uma plataforma que vai fornecer as coordenadas dos lotes de café, um requisito essencial para manter o acesso ao mercado europeu. A medida é uma resposta às novas exigências de rastreabilidade impostas pela União Europeia, que buscam garantir a origem sustentável dos produtos importados.
A Federação Nacional de Cafeicultores (FNC), responsável por implementar a iniciativa, está preparando os produtores e realizando uma série de ações para facilitar a adaptação dos exportadores colombianos às novas regulamentações. Entre as medidas mais importantes está o georreferenciamento dos lotes de café, cuja disponibilização dependerá da autorização dos cafeicultores.
Desde os anos 1990, a FNC, que administra o Fundo Nacional do Café, desenvolveu um sistema de georreferenciamento abrangendo 100% do parque cafeeiro do país. Nos últimos meses, mais de 50 mil autorizações foram atualizadas no Sistema de Informação do Café (SICA), e a expectativa é de que, até dezembro, 93% dos produtores tenham autorizado o georreferenciamento de suas propriedades.
“Os exportadores poderão utilizar essa plataforma para verificar o georreferenciamento dos lotes de café”, afirma Germán Bahamón, gerente da FNC.
Além disso, a FNC está desenvolvendo um quadro jurídico específico que leve em conta as particularidades da economia cafeeira familiar, que representa 97% das famílias produtoras no país. Esse esforço inclui treinamentos sobre due diligence em conformidade legal e outras exigências europeias.
Uma das principais preocupações é a adequação às regulamentações da UE sobre desmatamento, que poderão excluir do mercado europeu commodities que não atendam às novas regras. Para mitigar esse risco, a FNC está capacitando os exportadores com treinamentos focados na análise de desmatamento, processos de due diligence e uso de imagens de satélite de sistemas como o Copernicus e o Galileo.
Vanusia Nogueira, diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC), destacou que Colômbia, Brasil e Costa Rica são os países mais preparados para trabalhar dentro das normas da EUDR. A Colômbia, que produz anualmente 12 milhões de sacas, continua a ser líder em práticas sustentáveis e rastreabilidade.
Fonte: Federación Nacional de Cafeteros